"Os bancos em África enfrentam um risco ambiental através dos seus empréstimos aos setores sensíveis ao ambiente, mas também devido às vulnerabilidades que surgem devido à grande concentração de títulos do Governo", lê-se num relatório divulgado esta noite.
A exposição a fatores ambientais é um dos pontos analisados pelas agências de 'rating' quando decidem a opinião sobre a qualidade do crédito soberano de um país, o que faz com que a Moody's anteveja que "os fatores ambientais levem a uma deterioração da qualidade de crédito e rentabilidade dos bancos a longo prazo se não tomarem medidas para gerir os riscos ambientais e relacionados com o ambiente".
As principais indústrias africanas, como o petróleo e gás, minérios e transporte, "enfrentam riscos ambientais elevados, dado a sua exposição inerente à transição energética e riscos sobre o clima", aponta-se no relatório.
"Os riscos são exacerbados pela enorme exposição a títulos de dívida soberana, particularmente para os bancos angolanos e nigerianos", aponta-se no documento, que diz que a exposição média dos 49 bancos angolanos analisados é de 15 a 35% dos ativos totais, enquanto nas economias avançadas este valor não chega aos 10%.