O impacto da pandemia nas carteiras dos portugueses é visível. Um estudo da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) revela que uma em cada quatro famílias perdeu "grande parte" dos rendimentos no ano passado.
"Mais de um quarto dos agregados inquiridos referiram que o seu rendimento sofreu cortes iguais ou superiores a 25%", refere Bruno Santos, da DECO Proteste, acrescentado que "é seguro dizer que estas famílias integram o patamar dos 63% que passam dificuldades financeiras e dos 6% que enfrentam uma situação crítica".
De acordo com Bruno Santos, estas quebras de rendimento são "explicadas pela perda de emprego, a inatividade profissional e a redução salarial".
Ao que indica a DECO, as restrições implementadas pelo Governo para conter a pandemia, "arrastaram milhares de portugueses para um limite da sua capacidade financeira", sendo que esta situação apenas foi "atenuada pelos apoios do Estado", tais como as moratórias ou o lay-off simplificado.
"Atualmente, duas em três famílias portuguesas enfrentam dificuldades para suportar os custos inerentes ao dia-a-dia", conclui a Associação.
Quais são as regiões mais 'afetadas'?
Segundo o mesmo estudo, Porto, Vila Real, Setúbal e Aveiro são os distritos onde as famílias vivem com mais dificuldades.
É ainda identificado o distrito de Vila Real como o que tem mais agregados em zona de desconforto (82%), seguido por Aveiro (79%). Em Leiria e Setúbal, as percentagens também andam na casa dos 70%.
"Os distritos de Bragança, Braga, Castelo Branco e Lisboa apresentam menor sufoco financeiro", conclui a Associação.
O estudo da DECO tem por base um inquérito realizado junto de 4.690 agregados familiares.
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