"Não estamos em absoluto neste momento à procura de operações não orgânicas em Portugal", disse o presidente executivo do CaixaBank numa conferência de imprensa para assinalar o fim dos trâmites legais para a fusão desta entidade bancária com o também espanhol Bankia.
Para Gonzalo Gortázar, o facto de a "matriz" da nova entidade ser agora "maior e mais forte" dá ao BPI "uma projeção ainda maior": a filial portuguesa "tem uma grande oportunidade de crescer de forma ordenada, paulatina, e de ganhar quota de mercado", acrescentou.
O presidente executivo do CaixaBank mostrou-se "muito satisfeito" com o que o banco espanhol tem feito em Portugal com o BPI e também "muito otimista" quanto ao futuro da filial.
No entanto, o CaixaBank vai começar a negociar com os sindicatos, depois da Páscoa, ajustamentos a fazer no número de empregados que tem em Espanha, utilizando critérios "não-traumáticos", onde "voluntariedade e meritocracia" irão prevalecer para assegurar que os melhores vão continuar, evitando utilizar critérios ligados à idade de cada um, explicou Gonzalo Gortázar.
Gonzalo Gortázar também afirmou que o CaixaBank vai dar "a máxima atenção" nos próximos dois a três anos ao mercado espanhol e à integração do Bankia e só depois é que poderá ponderar sobre possíveis novas aquisições além fronteira.
Mesmo assim, o responsável financeiro considerou que "com o tempo é desejável que haja maior integração na Europa" no setor bancário.
O CaixaBank concluiu hoje as formalidades legais para a sua fusão com o Bankia, após registar a escritura de integração no Registo Mercantil em Espanha, uma operação que representa a criação da entidade líder do setor financeiro em Espanha, com cerca de 20 milhões de clientes e mais de 623 mil milhões de euros em ativos.
A transação foi aprovada pelos conselhos gerais de acionistas de ambas as entidades no início de dezembro de 2020 e em seguida obteve todas as autorizações dos reguladores de mercado e entidades necessárias.
O novo CaixaBank começará a trabalhar este fim de semana para substituir a marca Bankia, um processo que terá início nos "edifícios maiores" da entidade, incluindo a emblemática Torre Kio em Madrid, a sede operacional do banco nacionalizado nos últimos anos.
O novo presidente da entidade resultante da fusão do CaixaBank e da Bankia, José Ignacio Goirigolzarri, presente na conferência de imprensa ao lado de Gonzalo Gortázar explicou que o objetivo é completar a unificação da marca o mais rapidamente possível.
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