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Legado português não chega para 'vender' Macau aos turistas

O especialista em turismo Zeng Zhonglu disse à Lusa que o legado português não chega para 'vender' Macau aos turistas e que o território tem de descobrir outras narrativas históricas para promover produtos turísticos e reforçar a sua singularidade.

Legado português não chega para 'vender' Macau aos turistas
Notícias ao Minuto

06:13 - 28/03/21 por Lusa

Economia Macau

"Macau tem mais de 400 anos de cultura mista de portugueses e chineses. Esta cultura é única. É diferente", começou por afirmar o professor do Centro Pedagógico e Científico nas Áreas do Jogo e do Turismo do Instituto Politécnico de Macau (IPM).

"Macau tem, naturalmente, muitos edifícios de arquitetura em estilo português, mas isto não é suficiente", sublinhou, contudo, o académico, em entrevista à Lusa.

A região administrativa especial chinesa "deve estudar os 400 anos de história e encontrar mais histórias (...) para que possa desenvolver mais produtos" turísticos, explicou.

Zeng Zhonglu dá um exemplo: "Durante 400 anos, para muitos chineses Macau foi a única saída para países estrangeiros em toda a China. Naquela época, durante os 400 anos, muitos chineses famosos partiram de Macau para outros países. (...) Macau tem de desenterrar histórias".

A ideia é criar valor acrescentado aos produtos turísticos: "Se o produto turístico tem uma história por detrás, o valor é bastante diferente na mente dos visitantes, por isso Macau deve encontrar os significados destes produtos e descobrir as formas eficazes de comunicar esses significados aos visitantes, para que Macau possa atrair os turistas da cultura a partir dos produtos artísticos, em vez de apenas comida, bebida e compras".

Macau, a capital mundial do jogo, no ano anterior à pandemia de covid-19 conseguiu atrair quase 40 milhões de visitantes.

Para além dos casinos e dos hotéis de luxo, o centro histórico é um dos pontos mais procurados pelos turistas.

O centro histórico de Macau foi inscrito na lista do Património da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) a 15 de julho de 2005, tendo sido designado como o 31.º local do Património Mundial da China.

A classificação integra vários edifícios históricos construídos pelos portugueses, incluindo o edifício e largo do Leal Senado, a Santa Casa da Misericórdia, as igrejas da Sé, de São Lourenço, de Santo António, de Santo Agostinho, de São Domingos, as Ruínas de São Paulo e Largo da Companhia de Jesus ou a fortaleza da Guia.

Após mais de 400 anos sob administração portuguesa, Macau passou a ser uma região administrativa especial da China a 20 de dezembro de 1999.

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