Esta é a convicção do presidente da delegação de Viseu da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Jorge Loureiro, que considera que o fim de semana da Páscoa será "ainda pior" do que têm sido os últimos meses, atendendo às restrições impostas devido à covid-19.
"Aqueles que eram os quatro melhores dias de fazer negócio por altura da Páscoa, de grande atividade económica, vão é traduzir-se nos piores, porque nem teremos os profissionais que têm vindo durante a semana", disse o responsável à agência Lusa.
Segundo Jorge Loureiro, "grande parte da oferta da região de Viseu, entre 60 e 65%, está hoje fechada", incluindo hotéis, apartamentos, turismo rural e unidades de alojamento local.
"A parte que se manteve a funcionar tem tido essencialmente a procura de consumidores internos, mas muito ligados à atividade económica, isto é, pessoas que estão deslocadas na cidade por razões profissionais e não de lazer", explicou o também vice-presidente da AHRESP.
O empresário lembrou que à volta de Viseu, concretamente nos concelhos vizinhos de Oliveira de Frades, Vouzela, Tondela e Mangualde, há grandes empresas e que muitos dos seus funcionários necessitam de alojamento.
"Mas estas pessoas vão para casa na quarta ou na quinta-feira da próxima semana. E, com o impedimento de circular entre concelhos, as poucas unidades hoteleiras que hoje estão abertas ainda terão mais dificuldades", lamentou.
Neste âmbito, "a expectativa de qualquer atividade nestes dias da Páscoa é nula", frisou.
Por não ter procura, o próprio Jorge Loureiro só deverá abrir o seu hotel na cidade de Viseu a seguir à Páscoa, depois de três meses fechado.
"Só nessa altura é que se justificará, porque é fundamental as pessoas poderem ter mobilidade de concelho para concelho", frisou.
Jorge Loureiro lembrou que, antes da pandemia, o movimento de turistas portugueses e espanhóis em Viseu começava já a partir do fim de semana que antecede a Páscoa.
"Esta semana que vamos entrar era muito forte. Os espanhóis têm essa tradição de sair para Portugal. Este ano não vai acontecer nada disso, à semelhança do que já aconteceu em 2020", lamentou.
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