O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, disse esta terça-feira que é necessário agir em antecipação ao fim das moratórias, que está marcado para setembro, e ter atenção aos setores mais afetados.
"Temos de agir com antecipação", disse Centeno, adiantando que o BdP está a realizar um estudo neste sentido. "Temos que olhar para os setores mais vulneráveis, mais afetados pela crise e entender como é que se vão encontrar" em setembro, disse o governador do BdP, em resposta aos deputados, na Assembleia da República.
Centeno mostra-se confiante que "Portugal vai conseguir acompanhar a recuperação da atividade económica a nível mundial, tal como vinha fazendo até 2019", mas deixa a indicação de que há "algumas incertezas", nomeadamente no que diz respeito aos setores mais afetados pela crise.
"Não podemos correr o risco de singularizar Portugal na recuperação a nível europeu", afirmou Centeno, acrescentando que "não podemos correr o risco de ficar para trás quando o resto dos países europeus já está a adaptar-se a viver num conjunto de medidas que são posteriores, um cenário posterior à crise económica".
O governador do BdP participa numa audição sobre as moratórias bancárias na Assembleia da República, a pedido do Bloco de Esquerda, que aponta o conjunto das moratórias em vigor (públicas e privadas) como "provavelmente o maior balão de oxigénio" das empresas e famílias.
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