"Tivemos uma queda severa no ano passado de mais de 5% do PIB. Este ano é expectável um crescimento à volta dos 3%. Mas, quanto maior for o confinamento, menor será este aumento", apontou o economista Gustav Horn, em declarações à agência Lusa.
Para o economista alemão, atendendo ao desenvolvimento da crise provocada pela pandemia de covid-19, a Alemanha "poderá ficar feliz com um crescimento à volta dos 2%". Mas, para que isso aconteça, "o confinamento tem de terminar antes de maio ou junho", defende.
A Alemanha é a quarta maior economia do mundo, depois dos Estados Unidos, China e Japão. No ano passado, o país viveu a maior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.
"Se o confinamento continuar, não espero um crescimento. Mas penso que agora o ritmo de vacinação está a correr bem, é mais rápido, e pode ajudar-nos a sair do 'lockdown' no tempo previsto", revelou Horn.
De acordo com um relatório do Instituto da Economia Alemã de Colónia (IW), "o declínio do primeiro trimestre no PIB real da Alemanha e o número crescente de contágios do segundo trimestre estão novamente a diminuir as expectativas de crescimento para 2021 como um todo".
O IW espera um crescimento de 3% este ano, e um regresso aos níveis de atividade pré-crise apenas no início de 2022.
"Supondo que a pandemia seja combatida com sucesso, e que a competitividade e atratividade da Alemanha como local de investimento se mantenham, a economia do país deverá crescer uns bons 4% em 2022", escreve o IW.
No documento, lê-se ainda que, "tendo caído 6% em 2020, o consumo privado estagnará em 2021 como resultado das restrições aos negócios".
Para o economista Gustav Horn, membro do Conselho Executivo do Partido Social Democrata alemão (SPD), que governa atualmente em coligação com a União Democrata-Cristã (CDU) e a União Social-Cristã (CSU), a Alemanha está a fazer o suficiente para proteger a sua economia.
"Muitas empresas foram salvas pelo Governo. É verdade que às vezes o dinheiro chega um pouco mais tarde, mas todas acabam por receber dinheiro. Também é por isso que a taxa de empregabilidade está a aumentar, a taxa de desemprego a descer, e isso é um sinal de que a ajuda tem sido bem-sucedida", sublinhou à Lusa.
Gustav Horn acredita que é preciso ter "paciência" durante os próximos meses, acreditando num futuro "novamente risonho" para o país.
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