"Neste momento não há garantia nenhuma do empréstimo de 30 milhões de euros com o aval do Estado e a única posição que podia ser sustentável, já que este é um serviço essencial e alguém tem de o garantir e o Estado já está a pagar tanto, é o Estado tomar o controlo da empresa. É a única proposta que será viável e que ficará mais barata ao país", defendeu na audição parlamentar na Assembleia Legislativa requerida pelo PCP sobre a situação na empresa.
Nélia Azevedo, da Comissão de Trabalhadores dos funcionários da Groundforce na Madeira e no Porto Santo, disse que os salários de fevereiro já foram pagos, que o 'lay-off', em vigor desde março de 2020 não tem data definida e que, em atraso, estão as anuidades, as progressões nas carreiras e os subsídios de férias referentes.
Em 19 de março, depois de várias negociações, a Groundforce e TAP chegaram a um acordo, em que a companhia aérea adquiriu por cerca de sete milhões de euros equipamentos da empresa de 'handling' (assistência nos aeroportos), que passa a pagar à TAP pelo aluguer deste material. Este acordo permitiu desbloquear provisoriamente o impasse na empresa e pagar os salários em atraso aos 2.400 trabalhadores.
O acordo foi fechado com três votos a favor -- os dois administradores nomeados pela TAP e o presidente executivo da empresa de 'handling', Paulo Neto Leite --, a abstenção do presidente do Conselho de Administração, Alfredo Casimiro, e um voto contra, disse então à Lusa fonte ligada ao processo.
Segundo adiantou à Lusa a mesma fonte, os dois administradores da Groundforce nomeados pela TAP, acionista minoritário (49,9%), aprovaram o acordo, a que se juntou o presidente executivo da empresa de 'handling', Paulo Neto Leite (nomeado pela Pasogal), que já tinha manifestado na véspera a sua intenção de validar o acordo proposto pela TAP.
Por seu lado, o presidente da Pasogal absteve-se e o outro administrador nomeado pelo acionista privado, Gonçalo Carvalho, votou contra.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português e que é acionista minoritário e principal cliente da empresa que presta assistência nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.
A empresa, que tinha 3.600 trabalhadores, tem atualmente 2.400, 208 dos quais nos aeroportos da Madeira e do Porto Santo.
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