No relatório da primavera, apresentado hoje, os institutos defendem que as atuais restrições para combater a pandemia estão a travar a recuperação económica, mas preveem que, assim que os avanços na vacinação travarem o perigo de contágio, haverá uma forte retoma.
"A manutenção das restrições pode ter levado a uma queda de 1,8% na economia", disse Thorsten Schmidt, diretor de investigação económica do Instituto Leibniz, explicando a revisão em baixa.
Para 2022, os institutos contam com um crescimento de 3,9% e esperam que a atividade económica se normalize a partir do início do próximo ano.
Nas suas previsões, os institutos assumem que as restrições permanecerão em vigor e que só a partir de meados do segundo trimestre haverá um levantamento gradual das mesmas.
Até ao verão, de acordo com Schmidt, é de esperar que haja uma reação positiva na economia, especialmente nas empresas do setor dos serviços que têm sido particularmente atingidas pela pandemia.
A recuperação económica conduzirá também a uma recuperação no mercado de trabalho alemão e espera-se um claro declínio do desemprego a partir de maio.
Os orçamentos públicos, de acordo com as previsões dos institutos, terão um défice de 159.000 milhões de euros, o que equivale a 4,5% do PIB e ligeiramente acima do registado em 2020.
Embora as receitas fiscais já estejam a aumentar, as despesas públicas também estão a subir devido aos custos das vacinas e dos testes.
Espera-se uma clara redução do défice para 1,6% do PIB até 2022.
A pandemia terá o seu impacto nas capacidades de produção da economia alemã, que, segundo os institutos, será 1,1% inferior ao nível anterior à crise do novo coronavírus até 2024.
Além disso, as consequências das alterações demográficas conduzirão a uma redução da população em idade ativa nos próximos anos, o que reduzirá o potencial de crescimento.
O principal risco da previsão continua a ser o desenvolvimento da pandemia e possíveis problemas no fornecimento de vacinas e testes.
Além disso, alertam os economistas, existe o perigo de as mutações reduzirem a eficácia das vacinas, o que poderia levar a um atraso no processo de abertura com as consequentes repercussões na recuperação económica.
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