Na apreciação ao Programa de Estabilidade 2021-2025 (PE/2021-25), a que a Lusa teve acesso, a UTAO adverte que "fatores de risco persistem como um entrave aos fluxos de comércio internacional e do setor financeiro, podendo condicionar a recuperação da economia nacional nos médio e longo prazos".
No documento, a unidade técnica que dá apoio aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças (COF), aponta as tensões entre a China e os Estados Unidos, apesar da mudança do presidente norte-americano, bem como entre Washington e a Rússia, que voltaram a ser tensas este ano.
Por outro lado, na área do euro, o financiamento dos planos nacionais de Recuperação e Resiliência "poderá levar a uma forte procura de recursos nos mercados financeiros, podendo ter implicações no nível de integração ou fragmentação financeira na Europa".
A isto junta-se a continuação de "riscos políticos associados à adoção da tecnologia" de quinta geração (5G), cujo leilão principal ainda decorre em Portugal, há mais de 70 dias.
No âmbito do 5G, tem-se assistido a uma 'guerra' entre os Estados Unidos e a China, com Washington a pressionar vários países a banir a chinesa Huawei dos seus mercados, alegando questões de segurança.
"O aumento das disputas comerciais por esta tecnologia, bem como as pressões políticas para condicionar as escolhas nacionais de fornecedores dos equipamentos infraestruturais, poderão levar a uma bifurcação tecnológica na implementação do padrão 5G (problemas de interconexão), assim limitando os ganhos de produtividade anteriormente estimados", considera a UTAO.
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