Ao contrário do sucedido no primeiro trimestre de 2020, em que os efeitos do confinamento apenas se fizeram sentir a partir de março, este ano o confinamento prolongou-se praticamente por todo o trimestre.
Nos primeiros três meses do ano passado, e apesar dos maiores efeitos terem surgido apenas em março, o PIB recuou 2,2% face ao mesmo período de 2019, tendo os maiores efeitos se sentido no segundo trimestre, em que a economia portuguesa caiu 16,3%.
No conjunto do ano, a economia portuguesa acabou por cair 7,6% em volume, "refletindo os efeitos marcadamente adversos da pandemia covid-19 sobre a atividade económica", segundo o INE.
"Para esta variação do PIB, a procura interna apresentou um contributo negativo expressivo (-4,6 p.p. que compara com +2,8 p.p. em 2019), devido, sobretudo, à contração do consumo privado. A procura externa líquida acentuou o contributo negativo em 2020 refletindo sobretudo a diminuição sem precedente das exportações de turismo", pode ler-se na nota do instituto de estatística datada de 26 de fevereiro.
O consumo público (despesas das Administrações Públicas) aumentou 0,5% (0,7% em 2019), "verificando-se um impacto negativo das medidas de contenção na produção não mercantil em volume, que implicaram o encerramento de vários serviços públicos em particular no 2.º trimestre".
No entanto, em termos nominais, "em consequência do maior aumento do deflator deste agregado da despesa, o consumo público registou um crescimento de 6,1%".
Já o investimento "diminuiu 4,9% em termos reais em 2020, após um crescimento de 5,4% no ano anterior", com a formação bruta de capital fixo a registar "uma variação de -2,2% (+5,4% em 2019)".
As exportações caíram 18,6% em 2020, associadas às quebras nos serviços por via do turismo, e as importações registaram uma queda de 12,0%.
Em termos nominais, o PIB caiu 5,3%, terminando o ano de 2020 em cerca de 202,7 mil milhões de euros.
Para este ano, de acordo com o Programa de Estabilidade 2021-2025, o Governo prevê que o PIB cresça 4% (abaixo dos 5,4% anteriormente previstos), e em 2022 prevê um aumento de 4,9%.
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