Cimeira Social: CIP considera metas ambiciosas mas exequíveis
O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, afirma, em entrevista à Lusa, que as metas da Cimeira do Porto, como a criação de empregos e a redução da pobreza, são ambiciosas, mas possíveis de atingir.
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"Nós temos de colocar ambição em tudo e, por isso, estas metas são objetivos e teremos que contribuir para os alcançar. São de facto metas ambiciosas, mas têm em nós, governo, empregadores e sindicatos, um 'jogo de seleção' -- mais do que num 'jogo de equipa' - para podermos conseguirmos atingir os objetivos", diz.
"Porque o modelo social europeu deu provas nesta pandemia das suas virtudes", frisa António Saraiva.
A Cimeira Social que se vai realizar no Porto nos dias 07 e 08 de maio vai debater o plano de ação da Comissão Europeia para a aplicação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, envolvendo os agentes políticos, mas também setores da sociedade civil, nomeadamente empregadores reunidos no organismo Business Europe e trabalhadores através da Confederação Europeia dos Sindicatos.
O plano estipula como metas, para 2030, que 78% dos adultos na Europa tenham emprego, que pelo menos 60% das pessoas façam uma ação de formação uma vez por ano e que sejam retirados da pobreza "pelo menos" 15 milhões de europeus, dos quais cinco milhões de crianças.
Para o presidente da CIP, os objetivos podem ser cumpridos se a Europa conseguir "renovar" o contrato social e adaptar-se aos novos tempos, marcados também pela crise sanitária.
"O papel das empresas é, neste triunvirato (governos, empregadores e sindicatos), contribuírem com a sua quota-parte, responsável, criteriosa e equilibrada, tal como os sindicatos, porque quando se determina que não se pode deixar ninguém para trás, não é uma tarefa apenas de alguns, é uma tarefa, preferencialmente, de todos nós", diz António Saraiva.
A Europa "cresceu em território, mas diminuiu em políticas", acrescenta, porque os 27 países ainda não conseguiram criar um espaço comum articulado e com as mesmas orientações, as mesmas diretrizes e o respeito por uma norma comum.
António Saraiva refere em concreto a falta de harmonização fiscal e política bancária para que sejam "gerados" melhores empregos e uma redistribuição mais justa da riqueza criada.
"Ainda somos, de alguma maneira, passe a caricatura, qual Hidra de 27 cabeças a lutarem para que cada uma por si vença este desafio e não as 27 como um bloco coeso", afirma referindo-se às questões socias.
Quanto à situação portuguesa, António Saraiva diz que "não é mau ser-se pequeno, mas que é preciso saber ser pequeno" reforçando que Portugal é composto de micro e pequenas empresas.
No sentido de uma maior justiça social aliada ao crescimento económico, António Saraiva acrescenta que o Estado tem de ser uma parte ativa na remoção de um número de obstáculos que as atividades económicas "ainda suportam", como "por exemplo" a burocracia.
"Não se pode pedir apenas às empresas porque é a envolvente em que operam que tem de ser alterada para melhor e esse caminho está a fazer-se lentamente. As empresas estão a desempenhar esse papel, mas precisamos de uma envolvente melhor porque ainda temos muitos obstáculos nesta nossa estrada de desenvolvimento económico", conclui.
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