Lucros dos CTT mais que duplicam no 1.º trimestre para 8,7 milhões

O lucro dos CTT mais do que duplicou (163%) no primeiro trimestre, face a igual período de 2020, para 8,7 milhões de euros, anunciaram hoje os Correios de Portugal.

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Lusa
06/05/2021 19:17 ‧ 06/05/2021 por Lusa

Economia

CTT

Nos primeiros três meses do ano passado, o resultado líquido tinha ascendido a 3,7 milhões de euros.

 
Na apresentação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT indicam que as receitas subiram 14,1% para 205,3 milhões de euros e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) progrediu 22,3% para 29,1 milhões de euros.

"Estando a área de negócio de correio impactada estruturalmente pela tendência de queda do tráfego como resultado dos processos de digitalização e alterações de consumo, e pelos efeitos do confinamento geral, em especial no mês de janeiro (dado que o referido confinamento se iniciou em meados de janeiro e percorreu a totalidade do trimestre), a performance dos rendimentos mostra uma recuperação consistente iniciada" após o segundo trimestre de 2020, referem os CTT num outro comunicado.

Os rendimentos operacionais do expresso e encomendas atingiram "um valor recorde de 63,4 milhões de euros", mais 70,1% que no primeiro trimestre de 2020 (uma subida de 26,1 milhões de euros).

No mercado ibérico, os rendimentos atingiram 62,7 milhões de euros, uma subida de 71,1%, e em Portugal ascenderam a 31,1 milhões de euros, mais 43,8%.

"Os efeitos das restrições em virtude da pandemia de covid-19, mantiveram um forte impacto no perfil de envios, verificando-se uma redução do tráfego B2B e, em contraponto, um grande crescimento da atividade de 'ecommerce' (B2C), com um aumento muito relevante nos setores da alimentação, desporto e lazer, educação e cultura e eletrónica de consumo. Os negócios da carga e da banca foram os que sofreram maior impacto com as restrições", lê-se no comunicado.

No trimestre em análise, os rendimentos operacionais do correio caíram 1,5% para 107,8 milhões de euros. Esta redução, referem os CTT, resulta "fundamentalmente do correio transacional", que caiu 2,5% para 2,4 milhões de euros.

No entanto, "a receita do primeiro trimestre beneficiou da maior contribuição dos produtos de maior valor unitário, assistindo-se a uma menor dependência do correio normal cujo peso na receita passa de 37% (1.º trimestre de 2020) para 33% (1.º trimestre de 2021) e a uma maior importância do correio registado e internacional de chegada, cujo peso na receita cresce de 35% para 38%".

O tráfego do correio transacional registou "um decréscimo (-15,2%) devido às quedas na maioria dos produtos, com exceção do correio verde (+30,8%)".

A queda do tráfego de correio normal nacional foi de 18,0%, "continuando os clientes contratuais dos setores da banca e seguros a ter a maior contribuição para esta evolução", referem os CTT.

"O efeito pandémico continuou a provocar um estrangulamento ao nível da rede logística internacional aérea, influenciando negativamente os volumes de tráfego do correio internacional, e também o custo deste tipo de transporte", apontam, salientando que o decréscimo no trimestre em análise no correio internacional de saída "foi de 9,0%, tendo o correio internacional de chegada apresentado uma descida de 7,2%".

Apesar da quebra do tráfego, "a alteração do perfil dos objetos em conjugação com o aumento do tarifário, sobretudo no correio internacional de chegada, permitiu um crescimento dos rendimentos".

Os rendimentos em Espanha mais que duplicaram para 27,6 milhões de euros.

Em 31 de março de 2021 o número de trabalhadores dos CTT (efetivos do quadro e contratados a termo) era de 12.096, mais 86 (+0,7%) do que em 31 de março de 2020.

 

Leia Também: SPU: CTT estranham decisões da Anacom "em fase de conclusão do relatório"

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