De acordo com as previsões económicas de primavera hoje divulgadas, o défice português ficará assim duas décimas acima do esperado por Bruxelas no outono passado (4,5%), mas a dívida pública baixa dos 130,3% do Produto Interno Bruto (PIB) esperados anteriormente para os 127,2%.
Quanto ao défice, Bruxelas está mais otimista do que o que o Fundo Monetário Internacional (FMI) (5,0%) e do que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) (6,3%), mas mais pessimista do que o Governo (4,5%) e o Conselho das Finanças Públicas (CFP) (4,1%).
Já relativamente ao rácio da dívida pública face ao PIB, a Comissão Europeia tem as previsões mais otimistas do que a generalidade das instituições, com o Governo a prever 128,0%, o FMI 131,4%, o CFP 131,5% e a OCDE (139,7%).
Para 2022, de acordo com as previsões de primavera hoje divulgadas por Bruxelas, o défice português deverá descer para 3,4%, e a dívida pública para 122,3% do PIB.
No texto dedicado a Portugal, a Comissão Europeia assinala que "o perfil de apoio orçamental deverá moldar as perspetivas do orçamento no horizonte de projeção", assinalando que, "à luz das renovadas restrições do confinamento no primeiro trimestre, as medidas de mitigação da crise foram prolongadas e expandidas".
"Consequentemente, o tamanho do pacote de medidas de política deste ano é agora projetado como sendo de certa forma semelhante às de 2020", mas as transferências do programa REACT-EU e o reembolso das margens pré-pagas de um empréstimo antigo do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira "devem contribuir para reduzir o défice".
Para o futuro, "a melhoria das finanças públicas deverá ganhar ímpeto em 2022, no meio da retirada das medidas de apoio orçamental e da recuperação económica".
"Esta previsão tem em conta os gastos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, bem como as subvenções associadas", e os riscos permanecem devido "ao crescimento dos passivos contingentes, derivados das garantias públicas vindas da crise".
Quanto à dívida pública, a descida dos 133,6% de 2020 para 127,2% e 122,3% dever-se-á sobretudo "aos diferenciais favoráveis entre crescimento e as taxas de juro, devido à melhoria das condições económicas".
[Notícia atualizada às 10h02]
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