Num estudo hoje divulgado, a Crédito y Caución considera que a indústria transformadora e a construção civil vão ser os principais vetores da recuperação económica, com crescimentos de 8,2% e 3,3%, respetivamente, e que o setor de serviços terá uma evolução bem mais modesta, de 1,7%.
As exportações vão aumentar cerca de 9,0%, graças à procura chinesa e à forte recuperação dos EUA impulsionada pelos enormes pacotes de estímulo, afirma, adiantando que o consumo privado vai manter um crescimento bem mais moderado, em torno de 1,7%.
Em relação a 2022, a Crédito y Caución afirma que o crescimento do PIB de 4,5% será sustentado pela previsível aceleração do consumo das famílias na Alemanha.
No estudo, a Crédito y Caución recorda que o PIB alemão registou uma contração de 1,7% no primeiro trimestre de 2021 face ao trimestre anterior, pondo fim ao crescimento observado no segundo semestre de 2020, e afirma que espera, graças à vacinação, que a atividade económica na Alemanha acelere a partir do segundo trimestre deste ano.
Referindo-se ao primeiro trimestre, a seguradora diz que "as medidas de distanciamento adotadas com o ressurgimento da pandemia, juntamente com o fim das medidas temporárias de redução do IVA, afetaram, em particular, o consumo privado, mas que, no entanto, as exportações mantêm um bom desempenho, beneficiando, em especial, da forte procura chinesa.
Face ao ano anterior, as exportações alemãs para o país asiático cresceram 26% em fevereiro 38% em março.
As medidas de estímulo orçamental aumentaram o défice da Alemanha acima de 4% em 2020 e 2021 e a dívida pública alemã deve chegar a 67% no final deste ano.
"Embora o travão da dívida, consagrado na Constituição alemã desde a anterior crise económica, deva ser restabelecido em 2022, está em aberto o debate sobre se este travão deverá voltar a ser imposto na sua forma atual, na medida em que impede as regiões de terem défice orçamental e limita o défice federal a 0,35% do PIB, face aos desafios que as questões ambientais e a digitalização impõem em termos de investimento público", adianta.
A Crédito y Caución também prevê que as insolvências empresariais voltem a crescer a partir do segundo semestre de 2021, alegando que num contexto de crescimento os distintos setores apresentam um desempenho de risco de crédito desigual.
A situação financeira de muitos fornecedores do setor automóvel continuará a ser complicada, apesar de se antever um aumento da produção alemã de veículos e de componentes na ordem dos 17% em 2021, afirma a seguradora, sublinhando que o setor de máquinas também continua a enfrentar problemas de liquidez e rentabilidade e as empresas de construção civil enfrentam escassez de materiais e dificuldades em repercutir aumentos de preços.
Pelo contrário, as empresas siderúrgicas e metalúrgicas beneficiam do aumento dos preços de venda e no setor químico a maioria das empresas apresenta um baixo risco de crédito.
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