"O Presidente da República confirmou o interesse, a simpatia e o apoio ao Eixo Atlântico ferroviário, à ligação de Lisboa ao Porto, fronteira portuguesa até Vigo e Galiza", declarou Alberto Núñez Fejióo, após uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, que decorreu no Palácio de Belém, em Lisboa.
O presidente da Junta Autónoma da Galiza reforçou o compromisso do Presidente da República de Portugal de concretizar este investimento ferroviário, "uma ferrovia que avança até à conectividade entre Lisboa -- Porto e todas as cidades junto à fronteira e a partir daí Vigo, e seguir o comboio que já está finalizado entre Vigo e Corunha".
A ideia é "ter uma ligação atlântica desde Corunha até Lisboa, conectada por um comboio de alta velocidade", afirmou o político galelo, defendendo que o investimento no Eixo Atlântico vai marcar "um antes e um depois" nas ligações e nas relações económicas entre Galiza e Portugal.
Alberto Núñez Fejióo manifestou ainda admiração a Marcelo Rebelo de Sousa "por ser o presidente de todos os portugueses" e "um dos dirigentes mais importantes da União Europeia", que tem um projeto que "passa pela consolidação da União Europeia e pela consolidação das relações entre Portugal e Espanha".
"É um dos políticos que mais admiro desde o ponto de vista profissional, humano e do projeto da irmandade entre Portugal e Espanha que sempre teve o presidente Marcelo Rebelo de Sousa", realçou o presidente da Junta Autónoma da Galiza.
O político galelo destacou a relação entre Galiza e Portugal como "uma irmandade histórica, cimentada em fortíssimos vínculos históricos", abordando o presente e o futuro, nomeadamente a pandemia de covid-19.
"Temos de derrotar sanitariamente o vírus e estamos a fazê-lo", apontou Alberto Núñez Fejióo, manifestando satisfação por Portugal estar numa situação de "uma clara melhoria" da situação pandémica.
Relativamente à Galiza, o político deixou mensagens de tranquilidade, referindo que "metade da população galela já está vacinada [contra a covid-19] com uma dose e 26% da população galela está vacinada com duas doses" e que, apesar de o território do noroeste de Espanha ter uma população envelhecida, os meios sanitários galegos funcionaram e há um "dado incontestável" de que se conseguiu controlar melhor a pandemia, já que "a mortalidade em Galiza foi a mais baixa de todas as comunidades Autónomas espanholas".
Lembrando o impacto negativo do encerramento de fronteiras devido à pandemia, o presidente da Junta Autónoma da Galiza indicou que "há mais de 70 mil pessoas que cruzam a fronteira diariamente", pelo que a reabertura vai permitir "voltar a recuperar as relações económicas, sociais e de vizinhança" com Portugal.
Sobre a situação económica, Alberto Núñez Fejióo disse que "é o momento de apoio ao projeto da União Europeia", revelando que a Galiza apresentou "mais de 300 projetos aos fundos Regeneretion, num montante de 20 mil milhões de euros de investimento", dos quais 70% são de investimento privado e 30% de investimento público.
Entre os projetos galelos estão investimentos no âmbito energético e da automatização, "que podem ser interessantes para a Galiza como polo ibérico da automatização junto com Portugal".
"Falar de economia é falar de cooperação e a eurorregião [Galiza-Norte de Portugal] é a mais antiga da União da Europeia", afirmou o político galelo, explicando que eurorregião foi constituída em 1990 e foi ampliada a macrorregião, "que abrange até o centro de Portugal, até Aveiro e inclui toda a Castela e Leão e Astúrias e é uma macrorregião de 11 milhões de habitantes".
Neste âmbito, Galiza continua a trabalhar na cooperação transfronteiriça, nos projetos do programa Interreg VA Espanha-Portugal (POCTEP) e num plano de inversões transfronteiriças que está a ser concretizado com a região norte de Portugal, disse Alberto Núñez Fejióo.
Outros dos temas destacados pelo presidente da Junta Autónoma da Galiza foi o turismo, considerando que "a qualidade e a tranquilidade de Portugal e da Galiza são dois sinais muito procurados, neste momento, pelo turismo internacional", inclusive o Caminho de Santiago de Compostela.
Leia Também: Greve parcial da CP foi suspensa, mas podem haver perturbações