Esta posição foi transmitida, em comunicado, após uma reunião entre a nova presidente executiva e o Sitava, a pedido da nova responsável, para apresentação de cumprimentos.
"Viemos para esta reunião com expectativa de ouvir palavras de conforto e de esperança, e que ela marcasse o início de um novo tempo de conciliação com os trabalhadores, mas não. Da senhora presidente, além das palavras de circunstância proferidas, o que mais insistentemente se ouviu foi a reafirmação no cumprimento do tal plano de restruturação imposto de fora à boa maneira neocolonial, por um órgão dito 'supranacional', a DGComp [Direção-Geral da Concorrência]", disse o sindicato.
Aquela estrutura considerou "lamentável que, nesta altura, ainda ninguém se tenha dado conta, de que o que a TAP necessita não é de uma qualquer reestruturação, mas sim, de um plano de recuperação que retire a empresa do marasmo em que ela se está a afundar".
O sindicato entende que "é urgente" que o novo Conselho de Administração, presidido por Manuel Beja, avalie toda a estrutura implementada pela anterior administração interina, "nomeadamente nos setores chave para o negócio, onde pontuam ainda, os 'homens e mulheres' fiéis aos antigos interesses", dando como exemplo os negócios da companhia no Brasil.
Após a reunião, o sindicato foi também informado de que os pelouros como a estratégia, a rede e o planeamento de frota ficam agora a cargo da presidente da Comissão Executiva.
No entanto, o Sitava alertou para a importância de "cuidar de quem reporta" de outros pelouros e direções, "em relação às quais todo o cuidado é pouco no que respeita, por exemplo, aos 'vícios do 'outsourcing' (contratação de serviços externos)".
"Bem sabemos que a tentação de 'comprar tudo feito' é aliciante sobretudo para aqueles cujas perspetivas empresariais são, essencialmente, economicistas", sublinhou.
Por fim, o Sitava exigiu que o novo Conselho de Administração "não falhe" e que trabalhe no sentido de "apaziguar as consciências", acabando com a "agressão aos trabalhadores".
Em comunicado divulgado na semana passada, a TAP comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que a eleição dos elementos dos órgãos e corpos sociais para o quadriénio 2021-2024 tinha sido aprovada em assembleia-geral.
Assim, Manuel Beja, licenciado em Matemática Aplicada à Economia e à Gestão e com experiência na área de tecnologias de informação, sucede a Miguel Frasquilho como presidente do Conselho de Administração da transportadora aérea.
Também passaram a fazer parte deste órgão Christine Ourmieres-Widener, Ramiro Sequeira, Alexandra Reis, João Gameiro, José Manuel Silva Rodrigues, Silvia Mosquera González, Patrício Ramos Castro, Ana Teresa Lehmann, Gonçalo Monteiro Pires e João Pedro da Conceição Duarte.
A nova Comissão Executiva da TAP SGPS para o quadriénio 2021-2024 será liderada por Christine Ourmières-Widener.
Foi também designada na TAP Air Portugal a Comissão de Monitorização dos Auxílios de Estado para o quadriénio 2021-2024, presidida por Patrício Ramos Castro e tendo como vogais Christine Ourmières-Widener e João Weber Ramos dos Reis Gameiro.
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