"O alívio é um pouco acima de 40 milhões de euros neste primeiro semestre" em que as moratórias foram aplicadas sobre duas linhas de crédito, concessional e comercial, explicou Francisco André, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação português.
Na prática, houve "uma suspensão do pagamento dos montantes de juros e capital", decorrendo "trabalho conjunto" para "ver se é possível chegar a uma situação semelhante relativamente ao segundo semestre", disse no final de uma visita de quatro dias a Moçambique.
No mesmo período, a taxa de juro da linha comercial foi reduzida de 7% para 5%.
O adiamento das prestações resulta de "um trabalho bastante árduo entre as duas partes" ao longo das últimas semanas e surge em linha com a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 (DSSI).
O objetivo é "apoiar Moçambique num momento particularmente difícil", em que qualquer crescimento económico "está muito limitado pelos efeitos da pandemia de covid-19".
"No âmbito desta relação bilateral muito próxima e muito especial entre os dois países, chegámos a um acordo que eu acho que é bastante benéfico para Moçambique. É um sinal claro do apoio de Portugal, de que estamos a caminhar juntos para permitir uma melhor recuperação económica no pós-pandemia", justificou.
Em fevereiro, o Governo de Moçambique e o Clube de Paris (Brasil, França, Japão, República da Coreia, Rússia e Espanha) já tinham chegado a um acordo para prolongar a moratória relativa à dívida até junho, permitindo ao país adiar pagamentos no valor de 250 milhões de dólares, usando o montante para "mitigar o impacto sanitário, económico e social da crise da covid-19", anunciaram os governos concedentes.
O país africano está a enfrentar desde meados de junho a terceira vaga da pandemia e registou hoje 1.458 casos, um novo recorde diário.
Só hoje foram registadas 11 mortes por covid-19, metade das notificadas em todo o mês de maio.
Moçambique tem um total acumulado de 923 óbitos e 82.346 casos, 87% dos quais recuperados e 251 internados.
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