Em comunicado, o Banco de Portugal (BdP) avança que "este resultado reflete as capacidades de financiamento dos particulares e das sociedades financeiras (respetivamente de 7,0% e 2,1% do PIB), que, em conjunto, excederam as necessidades de financiamento das administrações públicas e das sociedades não financeiras (respetivamente de 6,8% e 2,2% do PIB)".
Segundo o banco central, a redução homóloga da capacidade de financiamento da economia portuguesa "reflete, sobretudo, o incremento da necessidade de financiamento das administrações públicas, em 6,7 pontos percentuais, e o aumento da capacidade de financiamento dos particulares, em 4,9 pontos percentuais".
"Observou-se ainda uma redução da necessidade de financiamento das sociedades não financeiras em 0,8 pontos percentuais e uma diminuição da capacidade de financiamento das sociedades financeiras em 0,2 pontos percentuais", refere.
No que diz respeito às interligações entre setores institucionais das contas nacionais financeiras (que permite aferir as relações de financiamento intersetoriais da economia e desta com o exterior e a construção do fluxo de fundos), o BdP destaca algumas relações financeiras entre os vários setores da economia e o exterior.
Assim, nota que "os particulares e as sociedades não financeiras financiaram, sobretudo, as sociedades financeiras em 5,4% e 2,3% do PIB, as quais, por sua vez, financiaram as administrações públicas e o resto do mundo em 6,4% e 3,4% do PIB, respetivamente".
Já o resto do mundo "financiou principalmente as sociedades não financeiras em 3,1% do PIB".
Em comparação com o período homólogo, o BdP aponta como "as alterações mais significativas nos fluxos de financiamento intersetorial" o aumento de 5,5 pontos percentuais do financiamento líquido das sociedades financeiras às administrações públicas, que "contribuiu para fazer face à necessidade de financiamento das administrações públicas já referida".
Salienta ainda que "os particulares inverteram a relação de financiamento com as sociedades não financeiras, as administrações públicas e o resto do mundo, passando a ser setor financiador de todos os setores institucionais".
No que respeita às posições em fim de período, os particulares e as sociedades financeiras evidenciaram um aumento dos ativos financeiros líquidos, respetivamente, de 18,0 pontos percentuais e 4,6 pontos percentuais do PIB face ao trimestre homólogo.
Pelo contrário, as administrações públicas e as sociedades não financeiras registaram uma diminuição dos ativos financeiros líquidos de 14,9 pontos percentuais e 13,1 pontos percentuais face ao primeiro trimestre de 2020.
"Estas evoluções refletem as transações e outras variações de volume e preço no período em análise, assim como o efeito da redução do PIB nestes rácios", refere o banco central.
No final do primeiro trimestre de 2021, a economia portuguesa apresentava uma posição financeira líquida face ao resto do mundo de -104,9% do PIB, que compara com -99,5% do PIB no final do trimestre homólogo de 2020.
O BdP atualiza os dados relativos às contas nacionais financeiras em 11 de outubro.
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