O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse, esta segunda-feira, que o Governo está a fazer tudo o que pode relativamente à Groundforce e que é preciso esperar mais alguns dias, mas alerta que há "responsáveis" da Groundforce que estão a prejudicar o país. Isto, depois da greve dos dois últimos dias que levou ao cancelamento de mais de 600 voos nos aeroportos nacionais.
"Tenho a certeza que o Governo está a fazer tudo o que pode, mas há coisas que demoram tempo a pôr de pé. Vamos ver, vamos esperar mais uns tempos, uns dias", disse o Presidente da República, em declarações aos jornalistas e transmitidas pela RTP3, na Madeira.
A greve dos trabalhadores da Groundforce lançou o caos nos aeroportos portugueses este fim de semana, principalmente em Lisboa. Em dois dias, foram cancelados cerca de 650 voos, de acordo com empresa de 'handling', que apela a que seja alcançado "um acordo que viabilize o pagamento do que é devido aos trabalhadores".
Marcelo alerta, contudo, que vê com preocupação a posição que tem existido por parte de alguns dos responsáveis da empresa de 'handling' e afirma que o país está a ser prejudicado por isso:
"Naturalmente que me preocupa a posição, a obstinação, que tem havido da parte da Groundforce em geral e em particular de alguns dos responsáveis da Groundforce porque estão a prejudicar o país. Felizmente, tive a boa notícia agora que aqui na Madeira o aeroporto está no topo dos aeroportos portugueses, com 39 voos só hoje", disse o Chefe de Estado.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.
A TAP garantiu no sábado que não tem quaisquer pagamentos em atraso à Groundforce, depois de a empresa de 'handling' ter acusado a companhia aérea de uma dívida de 12 milhões de euros por serviços já prestados.
Leia Também: Groundforce: Sindicatos defendem que "urge encontrar soluções de diálogo"