Relatório sobre o Novo Banco: "Supervisão falhou em toda a linha"
"A supervisão falhou em toda a linha é quase um consenso", disse o deputado Fernando Anastácio, na Assembleia da República.
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Economia Novo Banco
O relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco, cujas audições terminaram no dia 16 de junho, revela que a supervisão "falhou em toda a linha", disse o deputado relator Fernando Anastácio, na Assembleia da República, esta terça-feira.
"A supervisão falhou em toda a linha é quase um consenso", disse o deputado do Partido Socialista.
O relatório é hoje apresentado, depois de ao longo de pouco mais de três meses terem decorrido no Parlamento 56 audições da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, num total de 174 horas durante as quais os deputados questionaram e ouviram as explicações dos depoentes.
Foram precisos mais de 10 mil minutos - exatamente 10.447 - para concluir as audições, que começaram no dia 10 de março, com João Costa Pinto, o antigo presidente do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal e coordenador da comissão que elaborou o 'relatório Costa Pinto', que analisou a conduta do supervisor na resolução do Banco Espírito Santo (BES).
O último depoente a ser ouvido foi o presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, na tarde do dia 16 de junho.
A mais longa de todas as 56 inquirições foi a do presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho -- que com mais de sete horas de duração obrigou mesmo a uma pausa para almoço -- e a mais curta a do presidente da GNB (grupo Novo Banco) Gestão de Ativos, João Pina Pereira, que terminou em pouco mais de meia hora.
A comissão tomou posse no dia 15 de dezembro de 2020, tendo resultado das propostas aprovadas de BE, PS e Iniciativa Liberal para a sua constituição, e tem quatro pontos no seu objeto.
Os quatro pontos abrangem o "período antecedente à resolução e relativo à constituição do NB [Novo Banco]", o "período antecedente e relativo à alienação", o "período após alienação" e ainda pretende "avaliar a atuação dos governos, BdP [Banco de Portugal], FdR [Fundo de Resolução] e Comissão de Acompanhamento no quadro da defesa do interesse público".
A comissão foi alvo de vários adiamentos e prolongamentos de prazo de duração, inicialmente previsto em 120 dias, devido à pandemia de covid-19, que também atrasou o arranque das audições.
O presidente da comissão é o deputado Fernando Negrão (PSD), tendo o PS sete deputados efetivos, o PSD quatro e o BE dois, enquanto PCP, CDS-PP, PAN e Iniciativa Liberal estão representados, cada um, por um deputado efetivo, num total de 17.
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