O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse, esta terça-feira, que a TAP tem estado do lado da solução no caso da Groundforce e afirmou que a companhia aérea não deve nada à empresa de 'handling'. Sobre a greve do fim de semana, o ministro lamentou a situação, classificando o que aconteceu de "dramático", e adiantou que a TAP está a trabalhar numa solução para assegurar o pagamento dos subsídios de férias aos trabalhadores da empresa.
"A TAP não deve nada à Groundforce. Não é uma matéria de discussão, é uma matéria de facto", apontou Pedro Nuno Santos, no Parlamento, começando por dizer que "se há parte que tentou ser solução e colaborar de forma ativa" para a viabilidade da Groundforce "foi a TAP".
A TAP garantiu no sábado que não tem quaisquer pagamentos em atraso à Groundforce, depois de a empresa de 'handling' ter acusado a companhia aérea de ter uma dívida de 12 milhões de euros por serviços já prestados.
"O último fim de semana foi dramático para todos. Para os passageiros, para o aeroporto, para as companhia aéreas, para o setor do turismo português e para os trabalhadores da Groundforce. Lamentamos muito aquilo que aconteceu", disse ainda o ministro Pedro Nuno Santos, no Parlamento.
"Nós compreendemos perfeitamente a situação de angústia, ansiedade, desespero até, que muitos trabalhadores da Groundforce vivem. Os salários sistematicamente a ser pagos em atraso, a incerteza quanto ao futuro são motivos mais do que fortes para que os trabalhadores se sintam agastados, angustiados e adiram a uma greve", disse o ministro.
"O Estado ou a TAP resolverão o problema, caso a venda de um privado a outro não aconteça"
O ministro das Infraestruturas espera que a venda da posição de Alfredo Casimiro na empresa de 'handling' se concretize brevemente. Contudo, garante que, se a venda falhar, o Estado e a TAP vão encontrar uma solução.
"Se, por alguma razão, falta de interesse de algum investidor, o Montepio não conseguir proceder à venda, o Estado ou a TAP encontrarão uma solução. Temos estado a trabalhar numa solução há algum tempo, foi suspensa para dar oportunidade a que o processo de venda se realizasse, não aconteceu. Neste momento, está o Montepio a tentar concluir, esperamos que conclua com sucesso, se não concluir queremos que os senhores deputados e os trabalhadores da Groundforce soubessem que o Estado ou a TAP resolverão o problema, caso a venda de um privado a outro não aconteça", acrescentou o ministro das Infraestruturas.
Além disso, adiantou que a "TAP está a trabalhar uma solução para pagar os subsídios de férias, sem que disso dependa a vontade ou aceitação de quem tem o controlo da Groundforce", adiantou Pedro Nuno Santos.
A Groundforce, recorde-se, é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português.
[Notícia atualizada às 11h25]
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