"Podemos estar confiantes no futuro da nossa economia". O presságio é do primeiro-ministro que, na sessão de assinatura de contratos de investimento estrangeiro de 140 milhões de euros, que se realizou esta manhã de terça-feira, no CCB em Lisboa, previu "a libertação total da sociedade" no fim do verão.
"Quem investe em setores tão atingidos pela crise como é o turismo, não deixa de investir e continua a investir porque sabe que, vencida a crise da pandemia, tudo aquilo que fez Portugal, por três anos consecutivos o melhor destino turístico, continua a existir e Portugal continuará a ser o melhor destino turístico", vincou António Costa.
Já os outros investidores que escolhem o nosso país, defendeu o governante na sua intervenção, fazem-no porque "sabem que a capacidade competitiva do nosso país tem continuado a aumentar. Chamo a atenção que em 2020, na exportação de bens, tivemos um crescimento muito significativo".
E sobre o "momento presente"? Ora, sobre esta fase, defendeu o chefe do Governo que, "em temor de investimento direto estrangeiro, os contratos apoiados pela AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portuga) já são 92% do valor do melhor ano de sempre, que foi em 2019. Estamos em julho, há ainda muito trabalho a fazer e há a oportunidade de em 2021 batermos o recorde de 2019".
Segundo António Costa, há algo "que nos indica" que essa meta é possível, nomeadamente o facto de termos tido, no "primeiro trimestre deste ano, o melhor trimestre de sempre de investimento empresarial em Portugal".
Apesar de, atualmente, estarmos a "olhar muito para a importância dos fundos europeus, convém não esquecer que, além dos fundos europeus, há a capacidade de o Estado português, através do seu Orçamento, apoiar o investimento como no caso destes quatro contratos que estamos aqui a celebrar. E é sobretudo o enorme esforço de investimento privado que não podemos nem devemos desvalorizar. Pelo contrário, é preciso elogiar".
Quando, acrescentou ainda o governante, "no meio de uma crise como a que estamos a viver, entre empresas nacionais e estrangeiras, tivemos no primeiro trimestre deste ano o melhor trimestre de investimento privado desde o início da série em 2019, isso significa que podemos estar confiantes no futuro da nossa economia".
E é por isso que "todas as previsões sobre o crescimento da economia portuguesa, para este ano e para o próximo, umas sendo mais otimistas este ano, outras sendo mais otimistas no próximo, preveem no conjunto que, entre 2021 e 2022, a nossa economia cresça 9%".
Este indicador, aos olhos do primeiro-ministro, "é um dado importante porque significa que, neste momento, com a aceleração do processo de vacinação, podemos olhar para o final deste verão e encará-lo como podendo atingir esse momento importantíssimo para confiança e a libertação total da sociedade que é a imunidade de grupo. Temos já em execução um conjunto de investimentos que assegurarão o crescimento sustentado da economia portuguesa nos próximos anos, a manutenção dos postos de trabalho e a criação de mais e melhores postos de trabalho para o futuro".
Até ao momento, os contratos de investimento direto estrangeiro, já apoiados, representam 92% do valor do melhor ano de sempre, que foi 2019. O 1° trimestre deste ano foi o melhor de sempre de investimento empresarial no nosso país: €6,8 mil milhões. pic.twitter.com/abGU6pdQan
— António Costa (@antoniocostapm) July 20, 2021
Antes, também o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, tinha previsto a possibilidade de um novo recorde na captação de investimento, ao comparar o "melhor resultado de sempre" por parte da AICEP em 2019, cerca de 1.100 milhões de euros, com o que já tinha sido conseguido no primeiro semestre de 2021, com apoios ao investimento superiores a mil milhões de euros.
Os contratos de investimento foram hoje assinados entre o Estado, através da Aicep Portugal Global, e as empresas João de Deus & Filhos, Vila Galé, Tryba e Simens Gamesa, e, segundo a Agência permitirão a criação de quase 500 postos de trabalho.
O chefe do Governo destacou que os quatro contratos assinados "ilustram a importância de eleger a economia verde como um motor", dizendo que os apoios se centram em áreas como energias renováveis, em novos equipamentos para motores híbridos ou elétricos, na melhoria da eficiência energética dos edifícios ou na eliminação do plástico não reciclável em hotéis.
António Costa salientou ainda a importância do Banco de Fomento para apoiar o investimento privado, que classificou como "uma nova ferramenta que entrou em pleno funcionamento", bem como a dos apoios comunitários.
[Notícia atualizada às 12h02]
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