Dielmar? "Dinheiros públicos servem para salvar empresas não empresários"
A empresa de confeção Dielmar, com cerca de 300 trabalhadores, pediu insolvência ao fim de 56 anos de atividade, uma decisão que a administração atribui aos efeitos da pandemia.
© Getty Imagens
Economia Siza Vieira
O ministro da Economia reagiu, ao final da tarde desta segunda-feira, ao pedido de insolvência da empresa Dielmar em Alcains (Castelo Branco). Siza Vieira falou aos jornalistas no aeroporto do Funchal, onde deu conta da importância da salvaguarda dos postos de trabalho.
"A experiência acumulada dos trabalhadores da Dielmar deve ser assegurada, os dinheiros públicos servem para apoiar empresas, para salvaguardar os ativos das empresas, não servem para salvar empresários", esclareceu.
Segundo o ministro, "as dificuldades da Dielmar são evidentes. Em 2019 antes da pandemia, a empresa tinha capitais próprios negativos, portanto muito provavelmente o tribunal vai declarar insolvência. Tal como o Estado se empenhou no caso da empresa Coelima em encontrar uma solução durante o processo de insolvência que salvaguardasse os postos de trabalho e desse um novo destino à marca e aos ativos em mãos mais capazes, também aqui iremos obviamente trabalhar com todos os credores no sentido de assegurar um futuro para aqueles postos de trabalho", garantiu o ministro.
Lembrando que "mais de oito milhões de euros públicos" já estão a apoiar a empresa, "não vale a pena pôr dinheiro bom, fresco em cima de uma empresa que neste momento não tem salvação".
"Já procurámos, ao longo deste ano, investidores que estivessem interessados na empresa, mas dado a elevada situação de endividamento e à situação de gestão pouco clara, não foi possível encontrar", acrescentou.
Agora, acrescentou Siza Vieira, "o Estado, juntamente com outros credores, terão de fazer um esforço para assegurar a maior recuperação possível do valor" da Dielmar, sublinhou, aludindo novamente à solução encontrada no caso da Coelima - "onde foi possível encontrar um investidor que conseguiu salvar todos os contratos de trabalho".
A empresa de vestuário Dielmar, com sede em Alcains, Castelo Branco, e com cerca de 300 trabalhadores, pediu a insolvência ao fim de 56 anos de atividade, uma decisão que a administração atribui aos efeitos da pandemia.
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