A líder da CGTP afirmou esta quarta-feira que a condecoração atribuída pelo Presidente da República à intersindical, pelos seus 50 anos de existência (assinalados em outubro passado), é uma "honra" que deve ser estendida a "todos os que lutam pelos direitos dos trabalhadores".
"Para nós, é ,naturalmente uma honra, uma honra que consideramos que deve ser acometida a todos os trabalhadores portugueses, a todos os trabalhadores em Portugal que lutaram e lutam pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho", declarou aos jornalistas, após uma audiência com o Presidente da República, em Belém.
Isabel Camarinha frisou que a CGTP teve, desde sempre, influência na conquista de direitos no país - antes do 25 de Abril, na luta contra o fascismo, e na conquista da liberdade, da democracia e de um conjunto muito vasto de direitos e garantias" -, cabendo esta homenagem a "todas essas gerações de dirigentes e ativistas sindicais e de trabalhadores que contribuíram", ao longo dos 50 anos, para aquilo que "em termos de transformação da nossa sociedade foi positivo para os trabalhadores".
Lembrando que o trajeto feito até aqui foi feito de resistência e de conquista, Isabel Camarinha afirmou que o compromisso da GTP é continuar a ligação aos locais de trabalho, aos problemas dos trabalhadores, aos seus anseios e aspirações, e à luta em defesa dos seus direitos e interesses, sempre com a perspetiva de desenvolvimento do país no sentido do progresso, da justiça social e de um Portugal livre, soberano e independente, que garanta condições de felicidade a quem cá viva e trabalha.
Na audiência com o Presidente, a dirigente sindical disse ter manifestado preocupações "muito grandes" relativamente à necessidade de "alterar opções que têm vindo a ser tomadas e que já antes da pandemia causavam este modelo de baixos salários, de precariedade, desinvestimento público nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado".
Isabel Camarinha alertou também para a "tentativa" de retirada direitos, designadamente com as alterações que têm vindo a ser introduzidas na legislação laboral, que "não protege os trabalhadores, a parte mais fraca da relação com o trabalho", e está a "dar mais força ao patronato".
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