De acordo com dados do mais recente relatório estatístico mensal do Banco de Cabo Verde (BCV), de agosto, os depósitos de poupança nos bancos cabo-verdianos chegaram no final de junho a 8.073 milhões de escudos (73,5 milhões de euros). Em março de 2020, antes da pandemia de covid-19, essas poupanças cifravam-se em 6.847 milhões de escudos (61,5 milhões de euros), e foram crescendo fortemente todos os meses.
Só entre março e abril deste ano os depósitos de poupança nos bancos cabo-verdianos aumentaram 7%, de 7.736 milhões de escudos (70,4 milhões de euros) para quase 7.844 milhões de escudos (71,4 milhões de euros), segundo o histórico agora disponibilizado pelo BCV.
Já os depósitos a prazo nos bancos aumentaram 10,2%, de 40.861 milhões de escudos (372 milhões de euros) em junho de 2020, para mais de 45.042 milhões de escudos (410 milhões de euros) em junho passado.
Os depósitos de poupança nos bancos cabo-verdianos ultrapassavam no final de 2019 os 6.675 milhões de escudos (59,9 milhões de euros), pelo que se tratou de um crescimento de 11,4% no ano de 2020.
Esses depósitos valiam 5.933,4 milhões de escudos (53,2 milhões de euros) e 2018, e 5.411,8 milhões de escudos (48,6 milhões de euros) em 2017, segundo os dados do BCV.
Em Cabo Verde operam sete bancos comerciais com licença para trabalhar com clientes residentes e quatro apenas com licença para clientes não residentes, considerados 'offshore', regime que termina no final deste ano.
Segundo um inquérito realizado há cinco anos pelo BCV, sobre a literacia financeira da população cabo-verdiana, cerca de 91% dos inquiridos consideravam importante, ou, até mesmo muito importante planear o orçamento familiar e apenas 9% consideram pouco importante ou nada importante.
O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) realizou um inquérito de conjuntura das famílias cabo-verdianas no segundo trimestre de 2020, chegando à conclusão de que a maior parte dos inquiridos (93,2%) considerou que a atual situação económica do país não permite fazer poupança.
Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da ausência quase total de turismo - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19, tendo fechado o último ano com uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB.
O Governo cabo-verdiano avançou em julho com uma revisão do Orçamento do Estado, revendo em baixa o crescimento esperado do PIB do país para de 3,0% a 5,5% em 2021, quando no Orçamento anterior previa um crescimento económico de 6,8% a 8,5%.
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