De acordo com um anúncio publicado na imprensa pelo administrador de insolvência da António de Almeida & Filhos (AAF), da Morecoger -- Energia e da Moretextile Imobiliária, Bruno Costa Pereira, os interessados no processo de venda conjunta das três empresas podem apresentar propostas até às 09:55 de 30 de agosto, sendo estas abertas pelas 10:00 do mesmo dia.
A proposta de valor mais elevado será, depois, levada a votação na assembleia de credores conjunta, já designada para 07 de setembro.
À venda está todo o inventário e equipamento da AAF, um imóvel e todo o equipamento da empresa Morecoger e seis prédios da Moretextile imobiliária, assim como as "posições contratuais nos contratos de trabalho referentes à totalidade dos trabalhadores" afetos à atividade destas empresas.
Nos termos do anúncio, no caso de a melhor proposta recebida ser inferior ao valor mínimo anunciado, de três milhões de euros, esta poderá ainda ser considerada para aprovação pelos credores, "desde que [...] iguale ou supere metade daquele valor".
"Caso se verifiquem várias propostas e o valor mais elevado tenha sido oferecido por mais de um proponente, proceder-se-á imediatamente, aquando do ato de abertura das propostas, à licitação entre eles, sendo selecionado o lance de maior valor, salvo se os proponentes em causa declararem que pretendem adquirir o estabelecimento em compropriedade", refere.
Se, ainda assim, se mantiver a situação de propostas de valor idêntico, será efetuado sorteio para determinar qual delas deve ser apresentada em assembleia de credores.
Em simultâneo com a apresentação da proposta de compra, o proponente deverá entregar uma caução à ordem das massas insolventes num valor correspondente a 20% do valor mínimo de venda dos estabelecimentos.
Caso lhe venha a ser solicitado pelo administrador de insolvência, o proponente vencedor "obriga-se a assegurar a exploração do estabelecimento [...] durante o período que mediar entre a adjudicação e a celebração do contrato de trespasse dos estabelecimentos e/ou assumir a obrigação de dotar a massa insolvente da António Almeida & Filhos da liquidez necessária para assegurar a manutenção do seu estabelecimento em funcionamento".
Segundo o Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes, o salário de julho e o subsídio de férias na AAF estão pagos e o vencimento de agosto "já está garantido".
Com sede em Moreira de Cónegos, Guimarães, e perto de 200 trabalhadores, a AAF foi declarada insolvente em 14 de julho, com um passivo de mais de 23 milhões de euros e 414 credores.
A António Almeida & Filhos é a última empresa do grupo Moretextile, que, em 2011, resultou da fusão entre a Coelima, a José Machado de Almeida (JMA) e a AAF e cujo acionista principal é o Fundo de Recuperação gerido pela ECS Capital.
Também declarada insolvente, em abril passado, a Coelima (de Pevidém, Guimarães) foi vendida em junho à Mabera por 3,637 milhões de euros, enquanto a JMA Felpos (situada em São Martinho do Campo, Santo Tirso) foi comprada pela Felpinter por 3,97 milhões de euros.
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