"Prevemos que, depois de uma contração estimada de 1,3% em 2020, o PIB de Moçambique cresça 2,8% este ano, bem abaixo da média de 5,5% registada entre 2010 e 2019", lê-se numa análise da consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings.
A Fitch Solutions estima que o crescimento da economia moçambicana acelere para 4,4% no próximo ano, sustentada no fortalecimento da procura interna e no aumento das exportações de gás natural.
O progresso na vacinação contra a covid-19, acrescentam na nota enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, "vai continuar lento" no país que ainda vacinou menos de 3% da população.
"Consequentemente, apesar de as últimas medidas de confinamento irem expirar a 30 de agosto, acreditamos que algumas restrições vão continuar em vigor pelo menos até final do ano e influenciar negativamente a recuperação da atividade privada e dos consumidores", apontam os analistas.
Para a Fitch Solutions, Moçambique "dificilmente conseguirá cumprir o objetivo de vacinar 16 milhões dos 32 milhões de habitantes até final do próximo ano, mas o progresso na imunização vai reduzir o risco de haver mais confinamentos devido à pandemia de covid-19".
Os riscos relativamente a estas previsões são, concluem os analistas, negativos, ou seja, é mais provável que piorem do que melhorem.
"A plataforma flutuante da ENI ao largo da costa está no rumo certo para garantir o primeiro gás em 2022, e prevemos um aumento de 27,1% na produção de gás em 2022, o que deverá aumentar as exportações e as receitas do Governo, dando mais espaço para a despesa pública", lê-se ainda no documento.
Moçambique registou 1.800 óbitos devido ao novo coronavírus e 142.784 casos positivos acumulados.
A covid-19 provocou pelo menos 4.423.173 mortes em todo o mundo, entre mais de 211,3 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
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