De acordo com a Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), o número de processos em julho foi ainda menor do que o registado no mesmo mês de 2019, antes da pandemia de covid-19, quando se registaram 38 empresas com processos de despedimento coletivo.
Por outro lado, tendo em conta a evolução mensal, julho foi o primeiro mês do ano que registou um aumento, após cinco meses consecutivos de queda.
Dos 28 despedimentos coletivos em julho, 39% ocorreram em microempresas, 22% em médias empresas, 21% em grandes empresas e 18% em pequenas empresas.
A grande maioria (61%) verificou-se na região de Lisboa e Vale do Tejo, seguida pelo Norte (25%), Centro (11%) e Algarve (3%).
Por setor de atividade, os dados indicam que 25% dos despedimentos coletivos comunicados ocorreram nas indústrias transformadoras, 11% nas atividades administrativas e dos serviços de apoio, 7% nas atividades de informação e de comunicação, 7% nas atividades de saúde humana e apoio social, 7% no alojamento, restauração e similares, 4% nos transportes e armazenagem e também na educação e 3% nas atividades financeiras e de seguros.
As 20 empresas que concluíram os processos de despedimento coletivo em julho pretendiam despedir 153 trabalhadores, mas foram efetivamente despedidos 140 (dos quais 55% mulheres) e 13 foram afetados por outras medidas não especificadas.
O principal fundamento para o despedimento foi a redução de pessoal, que afetou 56% dos trabalhadores, seguindo-se o encerramento definitivo da atividade (26%) e o fecho de uma ou de várias secções (18%).
Já tendo em conta o acumulado, os dados da DGERT mostram que entre janeiro e julho foram comunicados 230 processos de despedimentos coletivos, enquanto no mesmo período do ano anterior o número atingiu os 420.
Por sua vez, antes da pandemia, entre janeiro e julho de 2019, o número de processos de despedimentos coletivos foi de 185.
Ainda segundo os dados, de janeiro a julho as empresas pretendiam despedir 2.525 trabalhadores e foram efetivamente despedidos 2.278, tendo 208 sido afetados por outras medidas e 39 processos revogados.
Os números são inferiores aos 4.339 trabalhadores despedidos entre janeiro e julho de 2020, mas estes dados incluem trabalhadores despedidos no âmbito de procedimentos iniciados em 2019 que só foram objeto de decisão em 2020, explica a DGERT.
Antes da pandemia, de janeiro a julho de 2019, o número de despedidos foi inferior, tendo sido atingidos 2.163 trabalhadores.
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