Em comunicado, a entidade diz que o setor "tem vindo a assistir, nas últimas semanas, a uma enorme perda de qualidade no que diz respeito à intervenção do Governo, que mostra sinais de cansaço, face à crise económica, que se adensa e está longe de ultrapassada".
Na mesma nota, a APAVT garante que "há apoios que estão comunicados há meses, alguns várias vezes, mas que tardam, não apenas a chegar às empresas, como mesmo em terem definidos os meios e regras ao seu acesso, como é o caso dos apoios à recapitalização das empresas".
Por outro lado, lamenta a associação, "há apoios que não foram comunicados, mas que foram colocados em letra de lei, como é o caso dos apoios do programa Apoiar.pt que é pouco claro quanto à definição dos beneficiários", realçando o caso das agências de viagens.
"Acresce ainda que há apoios que geraram imensa confusão exatamente por não terem sido comunicados pelo Governo", mas "constarem do diploma legal que alterou o programa e porque não existem notícias sobre a sua implementação", acrescenta.
A APAVT salienta os decretos publicados relativamente ao 'lay-off', dizendo que se "atropelaram uns aos outros" e assegurando que, "neste momento, decorrente dos vários mecanismos legais colocados em vigor, as empresas, para determinada quebra de faturação, têm igual apoio em agosto e outubro, e menor apoio em setembro".
"Entretanto, faltam escassos dias para entrarmos em setembro. Só pode ser gafe, mas já passou o tempo suficiente para que a retificação tivesse sido publicada", adianta, acrescentando que "as regras para operação turística continuam dispersas, confusas e inadequadas".
Segundo a associação, "multiplicam-se os apoios à TAP, aliás sempre com o apoio da APAVT, mas, ao contrário de vários países europeus, continua o Governo a impedir a entrada de turistas brasileiros em Portugal, apertando assim o garrote a todo um setor, incluindo à TAP que necessita, mais do que nunca e acima de tudo, de recomeçar a trabalhar os mercados em que tem vantagem competitiva".
A APAVT considera mesmo que esta decisão "coloca mesmo em causa o próprio 'hub' da TAP em Lisboa, fundamental para a recuperação da companhia e do turismo de longo curso no nosso país".
"Apesar de este verão mostrar maior animação do que no ano passado, primeiro ano de pandemia, é bom não esquecer que, face a 2019, de acordo com dados oficiais, continuamos com quebras superiores a 70% no número de dormidas de não residentes", alerta a associação, recordando que, "no que diz respeito a movimentos nos aeroportos nacionais, registou-se no primeiro semestre deste ano um decréscimo de 80,4% face ao mês homólogo de 2019".
"Ou seja, estamos muito longe de recuperar o turismo internacional", remata.
"Os empresários, as empresas e os colaboradores do turismo não tiraram férias, estão a lutar para manter os investimentos ativos e o emprego", refere, citado no mesmo comunicado o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira.
"Apenas podemos esperar do Governo clarificação dos temas, coerência nas políticas, celeridade nos procedimentos e sobretudo, capacidade de construir e entregar apoios consequentes e previsíveis", conclui.
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