Wall Street ignora Afeganistão e fecha com recordes do Nasdaq e S&P500
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em alta, com recordes dos índices Nasdaq e S&P500, graças ao tom moderado do presidente da Reserva Federal (Fed), que não avançou um calendário preciso da retirada das medidas de apoio à economia.
© Lusa
Economia Wall Street
Os resultados definitivos da sessão indicam que o tecnológico Nasdaq valorizou 1,23%, para os 15.129,50 pontos, e o alargado S&P500 progrediu 0,88%, para as 4.509,37 unidades, níveis inéditos destes índices no fecho da sessão. Já o seletivo Dow Jones ganhou 0,69%, para os 35.455,80 pontos.
Durante o seu discurso no simpósio dos banqueiros centrais, em Jackson Hole, no Estado do Wyoming, o presidente da Fed, Jerome Powell, evocou hoje a possibilidade de a instituição reduzir, até ao final do ano, as suas compras de ativos financeiros, a que recorreu para contrariar os efeitos da pandemia sobe a economia dos EUA, mas sem mencionar um calendário preciso.
"Parece que ele (Powell) está muito concentrado no restabelecimento do mercado de emprego, mais do que na inflação", comentou Kim Forrest, responsável de investimento na Bokeh Capital Partners.
"Isto significa que a redução das compras de ativos é menos prioritária do que os investidores pensavam", acrescentou. "Os investidores adoram um ambiente de taxas baixas, que é o que asseguram as compras de ativos".
Mas Powell disse também que uma redução das compras de ativos não seria sinal de uma subida das taxas de juro de referência, guardando assim uma ampla margem de manobra.
A perspetiva desta redução "já tinha sido incorporada" pelos operadores bolsistas, analisou Tom Cahill, responsável pela estratégia de investimento Ventura Wealth Management, mas "o facto de (Powell) não ter apertado o calendário foi um alívio para os investidores".
Também Jack Ablin, responsável pelos investimentos da Cresset Capital, destacou que "a Fed insistiu seriamente em que a redução das compras de ativos não equivalia a um endurecimento monetário", o que considerou ser "uma boa notícia, do ponto de vista dos investidores".
Sinal de um alívio, o rendimento dos títulos de dívida pública dos EUA recuou mesmo para abaixo dos 1,30% (1,29%), depois de ter chegado a estar em 1,37% minutos antes do discurso de Powell.
Entre as ações do dia, as do Manchester United valorizaram 5,76%, graças ao anúncio de um acordo com a Juventus para a transferência de Cristiano Ronaldo.
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