Em comunicado, a estrutura sindical liderada por Sebastião Santana refere que "repudia veementemente as comunicações feitas por dois dos maiores grupos privados a operar na área da saúde" que revelaram a sua intenção "de retirar de forma unilateral vários atos clínicos" do regime convencionado com a ADSE.
Ao mesmo tempo, a Frente Comum critica a intenção desses mesmos grupos de criarem novas tabelas para os beneficiários da ADSE em regime livre.
"Não se tratando de uma atitude nova por parte dos grandes grupos de prestadores privados, de chantagem para com a ADSE, deixa clara a intenção de confundir os beneficiários e abrir caminho ao fortalecimento dos seguros de saúde, em detrimento do reforço da ADSE, I.P", refere o comunicado.
Para a Frente Comum, o Governo "não pode alhear-se deste processo de chantagem", exigindo que atue "com a firmeza necessária no cumprimento das convenções estabelecidas".
Na quarta-feira, dia em que as novas tabelas de preços da rede convencionada pela ADSE foram publicadas, o Grupo Luz Saúde anunciou que vai retirar alguns serviços e atos clínicos da convenção, tendo criado uma tabela de preços especiais para atos não convencionados.
Em comunicado, o grupo refere ter concluído, depois da avaliação que efetuou, que, no caso de alguns serviços/atos clínicos, a nova tabela de preços "decidida pela ADSE não valoriza de forma adequada" os custos inerentes aos seus "standards clínicos", nem o trabalho dos profissionais.
"Tal facto não deixou ao Grupo Luz Saúde outra alternativa que não a de excluir do âmbito da convenção esses serviços/atos clínicos nas unidades da rede Hospital da Luz", adianta.
As novas tabelas, que entraram em vigor esta quarta-feira, dia 01 de setembro, procedem a uma atualização de preços das consultas, passaram a incluir novos atos médicos, tendo suprimido outros que estavam desatualizados e vieram ainda impor tetos máximos (preços fechados) para milhares de procedimentos cirúrgicos, medicamentos hospitalares e próteses.
Para a Frente Comum também merece crítica a falta de esclarecimento das novas tabelas junto dos beneficiários, considerando ainda "inaceitável qualquer aumento de pagamento direto por parte dos beneficiários".
Com as novas tabelas, o preço das consultas a cargo do beneficiário aumenta dos atuais 3,99 euros para cinco euros, enquanto o valor comparticipado pela ADSE sobe de 14,47 euros para 20.
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