"É uma tarefa muito difícil. Nós estamos a trabalhar com o Ministério das Finanças para conseguirmos encontrar um nível de dívida aceitável para uma empresa como a CP", disse hoje o governante à chegada da Train Summit - Green deal e Descarbonização à estação de Campanhã, no Porto.
Depois da cimeira que decorreu a bordo de uma carruagem especial acoplada a um serviço Intercidades entre Lisboa Santa Apolónia e a estação portuense, o ministro afirmou que "esse é um trabalho que está neste momento a ser feito".
"Espero, agora, que no quadro do Orçamento para 2022, nós possamos ter novidades sobre isso", disse sobre a dívida histórica da CP, que ascende a 2,1 mil milhões de euros.
"É com esse espírito que estamos a trabalhar com o Ministério das Finanças", relevou, reconhecendo, por outro lado, que é "mais fácil" para si do que "para as Finanças" resolver a questão.
Respondendo a perguntas da Lusa acerca do tema, Pedro Nuno Santos considerou que o problema "já devia estar resolvido há muitos anos", admitindo, porém, ser difícil conseguir "um saneamento para zero".
Questionado sobre qual seria um nível adequado de dívida, referiu que deve cumprir "os rácios de solvabilidade, os rácios financeiros que são normalmente exigidos para que uma empresa destas possa, também, financiar-se com alguma autonomia".
O objetivo da CP é ir aos mercados financiar a compra de comboios de longo-curso para a futura linha de alta velocidade Lisboa - Porto, que "a CP não pode comprar com este nível de dívida, porque não consegue financiamento em lado nenhum", segundo o governante.
Pedro Nuno Santos atribuiu o montante da dívida histórica da CP "ao facto de o Estado não fazer as transferências necessárias para que a CP pudesse fazer o trabalho que o Estado exigia que a CP fizesse", contrariando "o imaginário" de que "a empresa mal gerida acumulou dívidas de milhões ao longo dos anos".
A Train Summit decorreu hoje entre as estações de Lisboa-Santa Apolónia e Porto-Campanhã, e contou com a presença de responsáveis da CP - Comboios de Portugal, Infraestruturas de Portugal, Fertagus, Medway e Takargo.
Estiveram também presentes o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, o presidente da associação ambientalista Zero, Francisco Ferreira, o presidente da Plataforma Ferroviária Portuguesa, Joaquim Guerra, e o secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro.
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