Mercado de escritórios cai 24% em Lisboa até agosto

O mercado de escritórios caiu 24% em Lisboa até agosto, com 74.300 metros quadrados (m2) transacionados, sendo que o Parque das Nações registou o maior volume de área contratada, segundo uma análise da consultora Cushman & Wakefield.

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Lusa
20/09/2021 18:49 ‧ 20/09/2021 por Lusa

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C&W

"O mercado de escritórios da grande Lisboa manteve um abrandamento da atividade entre janeiro e agosto de 2021, com 74.300 m2 transacionados, uma quebra homóloga de 24%", segundo dados do Marketbeat outono 2021 da Cushman & Wakefield (C&W), publicação que resume a atividade do mercado imobiliário.

Por zona, o Parque das Nações concentrou o maior volume de área contratada (29%).

No primeiro semestre, a taxa de desocupação aumentou 10 pontos percentuais para 5,6%.

Já no grande Porto, verificou-se uma quebra homóloga na procura de 15%, com um volume de ocupação de 25.900 m2 até agosto, uma evolução influenciada pela concretização de alguns negócios "de dimensão relevante".

A taxa de desocupação avançou para 8,8%, devido, em parte, à conclusão de dois novos edifícios com um total de 7.300 m2.

No que se refere ao retalho, entre janeiro e junho, o volume de vendas aumentou 4,1% para valores semelhantes aos apurados no período homólogo de 2019, antes da pandemia.

"A procura de retalho agregada pela Cushman & Wakefield evidencia uma quebra homóloga de 8% com 180 novas aberturas no primeiro semestre de 2021. Apesar da manutenção no domínio do comércio de rua (62% do número de operações), o maior interesse por lojas de grande dimensão em 'retail parks' e unidades 'stand alone' foi também evidente. Ainda que o setor da restauração tenha mantido a primazia, com 45% das novas unidades, o setor alimentar registou também um importante dinamismo, com 45 aberturas", apontou, em comunicado.

No segmento Industrial & Logística, "a maior atividade registada no ano passado manteve-se ao longo do primeiro semestre", verificando-se uma absorção total de 270.500 m2.

Entre janeiro e junho, o setor hoteleiro, por seu turno, contabilizou quebras de 25% nas dormidas e 19% no número de hóspedes, com a procura interna a ser responsável por 62% das dormidas, uma subida de 24%.

Desde janeiro, foram inauguradas 30 novas unidades hoteleiras com mais de 2.400 quartos, cerca de metade com classificação de quatro estrelas.

O setor de investimento imobiliário comercial de rendimento teve, no primeiro semestre, um volume de negócios de "apenas um terço" do registado no mesmo período de 2020.

Nos primeiros oito meses do ano, somaram-se 1.130 milhões de euros em transações, menos 40% face a igual período do ano anterior.

"À semelhança dos anos anteriores, manteve-se o peso relevante das transações de grande dimensão, com os três maiores negócios a representarem 37% do volume investido e o capital estrangeiro a dominar a atividade do mercado, sendo responsável por 72% do volume total registado", notou.

Em termos de valores de mercados, tal como aconteceu em períodos de menor dinamismo da procura, os proprietários continuaram a preferir conceder incentivos adicionais para assegurar a manutenção dos valores brutos de arrendamento.

No entanto, a grande Lisboa contribuiu para um aumento da renda 'prime' para os 23,5 euros por metro quadrado ao mês.

Citado no mesmo comunicado, o diretor-geral da C&W em Portugal, Eric van Leuven afirmou que, na segunda metade do ano, o mercado imobiliário nacional deverá recuperar, mas "poderá manter-se alguma cautela por parte da procura, ainda que diferenciada entre os diversos setores imobiliários".

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