"É imperativo que o Congresso resolva rapidamente o limite da dívida. Se não o fizer, os EUA podem entrar em incumprimento pela primeira vez na história", disse Yellen aos senadores, enquanto prossegue o braço-de-ferro no Congresso sobre o financiamento dos planos de investimento do presidente Joe Biden.
Em carta enviada aos congressistas, Yellen avisou que "o Tesouro vai ficar com recursos muito limitados, que se esgotarão rapidamente" depois do dia 18 de outubro.
Aos senadores, avisou para as consequências "desastrosas" para a economia dos EUA não teria como cumprir com o serviço da dívida, o que nunca aconteceu.
Nesse cenário, "não é certo que possamos continuar a respeitar todos os compromissos da nação", indicou Yellen.
O governo deixaria de ter acesso a crédito e seria incapaz de pagar as suas faturas e os salários dos funcionários públicos.
A titular do Departamento do Tesouro, correspondente a um Ministério das Finanças na Europa, acentuou que esperar até à última hora para resolver o problema "pode prejudicar gravemente a confiança das empresas e dos consumidores, aumentar os custos para os contribuintes e ter um impacto negativo sobre a notação da dívida dos EUA para os próximos anos".
Se o limite da dívida não for rapidamente elevado ou suspenso, isso pode conduzir também a "perturbações importantes nos mercados financeiros", avisou Yellen.
Os democratas têm associado a suspensão do limite da dívida à aprovação do novo orçamento do governo federal, que o Congresso tem de aprovar até à meia-noite de quinta-feira, dia 30 de setembro (nota -- o ano orçamental nos EUA começa a 01 de outubro e decorre até 30 de setembro), sob pena de corte súbito nos fundos federais.
Mas os republicanos opõem-se à suspensão do limite da dívida, porque isso, afirma, iria dar carta branca a Joe Biden para avançar com planos "irresponsáveis".
Um primeiro texto orçamental falhou a aprovação na noite de segunda-feira no Senado, por falta de apoio republicano.
O limite de endividamento dos EUA, que só o Congresso tem a autorização para elevar, entrou em vigor em 01 de agosto.
Ele interdita aos EUA a emissão de novos empréstimos para se financiarem se o limite atual, de 28,4 biliões (milhão de milhões) de dólares não for elevado.
Esta subida provoca com regularidade braços de ferro políticos no Congresso. Desde os anos 1960, o limite da dívida já foi aumentado ou suspenso cerca de 80 vezes.
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