A pandemia trouxe a obrigatoriedade do teletrabalho, mas a entrada numa fase com menos restrições fez com que este regime terminasse para muitos. Contudo, há empresas que optam agora pelo modelo híbrido, em que se alterna o trabalho de escritório com o trabalho em casa. Um estudo da Adecco revela que este regime aumenta a produtividade, mas também traz consigo mais pressão.
"Os últimos 18 meses provaram que o trabalho à distância não implica uma perda de produtividade, e que é possível uma forma de trabalho mais inclusiva e flexível", pode ler-se nas conclusões do estudo.
Quer isto dizer que a "produtividade sobreviveu à mudança, com 82% dos inquiridos a sentir-se tão ou mais produtivos do que antes da pandemia".
De uma maneira geral, mais de metade (53%) dos profissionais querem um modelo de trabalho híbrido em que mais de metade do seu tempo de trabalho seja remoto.
Por outro lado, o estudo da Adecco também mostra que mais de metade dos jovens líderes (54%) admite burnout e três em cada 10 inquiridos afirma, de um modo mais geral, que a sua saúde mental e física diminuiu nos últimos 12 meses.
"As empresas devem reavaliar a forma como podem apoiar melhor e fornecer recursos de bem-estar às suas pessoas dentro do novo modelo de trabalho híbrido, com 67% dos não-gestores a afirmar que os líderes não satisfazem as suas expectativas de verificar o seu bem-estar mental", pode ler-se nas conclusões do relatório.
"Para aqueles que não são obrigados a estar fisicamente presentes para realizar o seu trabalho, é óbvio que nunca regressaremos ao escritório da mesma forma e que o futuro do trabalho é flexível. A pandemia acelerou as tendências existentes ao ponto de não poderem ser ignoradas, e o sucesso futuro depende da adaptação dos indivíduos e dos líderes ao novo paradigma do trabalho", refere o CEO Global do Grupo Adecco, Alain Dehaze, citado no mesmo comunicado.
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