Do PIB ao défice, o que se sabe das previsões do OE2022 até agora?

Proposta do OE2022 é apresentada na próxima segunda-feira. Quais são as previsões macroeconómicas com que o Governo está a trabalhar?

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Beatriz Vasconcelos
06/10/2021 15:25 ‧ 06/10/2021 por Beatriz Vasconcelos

Economia

OE2022

O Governo apresentou, esta quarta-feira, aos partidos os traços gerais da proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) e, como é habitual, foram sendo reveladas algumas projeções macroeconómicas ao longo da manhã. A revisão em alta do crescimento para este ano, que já foi confirmada pelo primeiro-ministro, António Costa, é um dos principais destaques. 

Começamos pelo produto interno bruto (PIB), que o Governo estima que cresça a uma taxa de 4,6% já este ano, acelerando depois para os 5,5% no próximo ano

Estes números foram adiantados pelo deputado do PCP João Oliveira, à saída do encontro com o ministro das Finanças, João Leão. Entretanto, em declarações aos jornalistas na Eslovénia, António Costa confirmou esta revisão em alta e justificou-a com o facto de a economia estar a "responder melhor do que aquilo que se esperava". 

Mais tarde, José Luís Ferreira do PEV adiantou que o Governo lhe comunicou um cenário macroeconómico para o próximo ano com previsões de redução da taxa de desemprego para 6,5%, um défice de 3,2% e com a dívida pública a baixar para 123%.

"A previsão de inflação é de 0,9%, com o investimento público a crescer 30%. A dívida pública situar-se-á em 123% do PIB (Produto Interno Bruto) e o défice baixará de 4,5% para 3,2% em 2022", adiantou José Luís Ferreira, citando dados que lhe foram comunicados pelo Executivo.

Alívio fiscal? "Não parece estar previsto"

Além disso, o alívio fiscal pedido por várias confederações não deverá estar em cima da mesa para o próximo ano. O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, adiantou que isso "não parece estar previsto [no OE2022], o que no nosso entender é bastante negativo". 

Também o líder do Chega afirmou, à saída do encontro do ministro das Finanças, que o próximo OE não vai ter "nenhuma redução fiscal" e considerou que o documento vai "no mau caminho", sem querer antecipar desde já o voto contra.

André Ventura afirmou que o Governo não pretende reduzir nem os impostos sobre combustíveis, nem sobre a restauração, mas admite "em alguns casos" o englobamento de rendimentos prediais.

O Conselho de Ministros reuniu-se na terça-feira para debater a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022, documento que será aprovado numa reunião formal do executivo no final desta semana.

Leia Também: Costa reafirma otimismo e diz esperar este ano voltar a contar com BE

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