O Governo apresentou, esta quarta-feira, aos partidos os traços gerais da proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) e, como é habitual, foram sendo reveladas algumas projeções macroeconómicas ao longo da manhã. A revisão em alta do crescimento para este ano, que já foi confirmada pelo primeiro-ministro, António Costa, é um dos principais destaques.
Começamos pelo produto interno bruto (PIB), que o Governo estima que cresça a uma taxa de 4,6% já este ano, acelerando depois para os 5,5% no próximo ano.
Estes números foram adiantados pelo deputado do PCP João Oliveira, à saída do encontro com o ministro das Finanças, João Leão. Entretanto, em declarações aos jornalistas na Eslovénia, António Costa confirmou esta revisão em alta e justificou-a com o facto de a economia estar a "responder melhor do que aquilo que se esperava".
Mais tarde, José Luís Ferreira do PEV adiantou que o Governo lhe comunicou um cenário macroeconómico para o próximo ano com previsões de redução da taxa de desemprego para 6,5%, um défice de 3,2% e com a dívida pública a baixar para 123%.
"A previsão de inflação é de 0,9%, com o investimento público a crescer 30%. A dívida pública situar-se-á em 123% do PIB (Produto Interno Bruto) e o défice baixará de 4,5% para 3,2% em 2022", adiantou José Luís Ferreira, citando dados que lhe foram comunicados pelo Executivo.
Alívio fiscal? "Não parece estar previsto"
Além disso, o alívio fiscal pedido por várias confederações não deverá estar em cima da mesa para o próximo ano. O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, adiantou que isso "não parece estar previsto [no OE2022], o que no nosso entender é bastante negativo".
Também o líder do Chega afirmou, à saída do encontro do ministro das Finanças, que o próximo OE não vai ter "nenhuma redução fiscal" e considerou que o documento vai "no mau caminho", sem querer antecipar desde já o voto contra.
André Ventura afirmou que o Governo não pretende reduzir nem os impostos sobre combustíveis, nem sobre a restauração, mas admite "em alguns casos" o englobamento de rendimentos prediais.
O Conselho de Ministros reuniu-se na terça-feira para debater a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022, documento que será aprovado numa reunião formal do executivo no final desta semana.
Leia Também: Costa reafirma otimismo e diz esperar este ano voltar a contar com BE