Assim, a agência manteve a notação do banco, no que diz respeito às emissões de longo prazo, em B- e um 'rating' de viabilidade de b-, adiantou.
"Esta manutenção reflete a nossa visão de que o plano de recuperação do banco está, no geral, a avançar como esperado", disse a Fitch na mesma nota.
A entidade espera que o progresso do Montepio o ajude a "navegar os riscos de curto prazo que restam em Portugal", adiantando que as estimativas para o futuro são de melhoria, neste aspeto.
No que diz respeito ao 'outlook' negativo, a agência justificou a decisão com a "incapacidade atual do banco em gerar capital organicamente", tendo em conta os seus ativos problemáticos e baixa rentabilidade, alertando para o risco de "erosão de capital", caso o Montepio não consiga resolver o problema da rentabilidade.
Segundo a Fitch, no final de junho deste ano, o rácio de capital do Montepio estava ainda abaixo do requerido, afetado por perdas em 2020.
"A capitalização do banco mantém-se altamente vulnerável", devido aos ativos problemáticos, disse a entidade.
A agência acredita ainda que a gestão do banco melhorou, o que é evidenciado pelos sucessos na implementação do plano de recuperação, mas mantém reservas quanto ao principal acionista da instituição, a Associação Mutualista Montepio, classificando-a como um "potencial risco para os credores do banco".
O banco Montepio reduziu o seu prejuízo para 33 milhões de euros no primeiro semestre, valor que compara com um resultado líquido negativo de 51 milhões de euros apurado no período homólogo, foi comunicado ao mercado.
"Resultado líquido consolidado de -33 milhões de euros, que compara favoravelmente com os -51 milhões de euros registados no período homólogo de 2020", lê-se num comunicado remetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Por sua vez, a Associação Mutualista Montepio teve um prejuízo consolidado de 86 milhões de euros em 2020, após um lucro de nove milhões de euros em 2019, penalizado pelas perdas de 81 milhões de euros do banco Montepio.
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