Alguns dos números já tinham sido adiantados aos partidos na ronda de apresentação do OE2022 na Assembleia da República, e são agora confirmados pelo Governo, configurando uma revisão em alta face ao previsto em abril (4,0% para este ano e 4,9% para 2022).
Em 2020, primeiro ano fortemente marcado pela pandemia de covid-19, a economia portuguesa contraiu-se 8,4%, de acordo com uma revisão do Instituto Nacional de Estatística (INE) feita em 23 de setembro.
"Em 2021, estima-se que a economia portuguesa cresça 4,8%, 0,8 pp [pontos percentuais] acima do estimado no Programa de Estabilidade (PE) em abril passado, resultado de uma melhoria mais acentuada generalizada a todas as componentes do PIB, com destaque para o consumo privado", adianta o Governo no relatório do OE2022.
Segundo o Governo, o crescimento do PIB este ano "tem associado um contributo muito positivo da procura interna (5,2 pp), resultado de um aumento do dinamismo do consumo privado e do investimento, parcialmente atenuado pelo contributo da procura externa líquida (-0,4 pp), fruto das importações registarem um crescimento superior ao crescimento esperado para as exportações".
Já para 2022 "prevê-se uma aceleração da economia portuguesa, com um crescimento real de 5,5% face ao crescimento estimado de 4,8% para 2021", sobretudo devido à "aceleração significativa do investimento face a 2021 (mais 2,9 pp), bem como das exportações (mais 1,2 pp), que se espera que registem um crescimento superior ao das importações".
No total, o investimento (Formação Bruta de Capital Fixo) aumentará 8,1% no país, segundo as previsões do Governo, resultando "do forte contributo do investimento público, refletindo o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), assim como do investimento privado, fruto da melhoria das expectativas relacionadas com a recuperação económica global e o fim das restrições sanitárias".
Quanto às previsões das restantes instituições, o Banco de Portugal (BdP) continua a ser a entidade mais otimista relativamente à evolução da economia nacional este ano (4,8%), seguido pelo Conselho das Finanças Públicas, que espera um crescimento de 4,7% para este ano.
A Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam para um crescimento de 3,9%, e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) espera um crescimento de 3,7%.
Para 2022, as projeções mais favoráveis além das do Governo são as da Comissão Europeia e do Conselho das Finanças Públicas (CFP), que esperam um crescimento de 5,1%.
A OCDE aponta a um crescimento de 4,9% e o FMI, em abril, esperava uma subida do PIB português de 4,8%. O Banco de Portugal apresentará as suas previsões em dezembro.
[Notícia atualizada às 02h22]
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