Em causa está a criação de uma Comunidade de Energia Renovável (CER), projeto hoje apresentado publicamente pela Martifer Renewables
Trata-se de um projeto de "autoconsumo a partir de fontes de energia renovável em que um conjunto de entidades se une para produzir e consumir energia, com a possibilidade de armazenar e vender a energia excedente".
Ao abrigo da CER, que deverá em funcionamento dentro de um ano e meio, será criado no parque empresarial de Neiva de "um parque eólico de 4,2 Megawatt (MW), com uma produção anual estimada de 9.232 Megawatt-hora (MWh".
A assinatura, hoje do memorando de entendimento entre as empresas, na presença do secretário Ajunto e da Estado da Energia, João Galamba e do ainda presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, "resultou da uma união de esforços que inclui ainda o município de Viana do Castelo, e que permitirá uma forte redução da fatura energética das empresas, superior a 25 %, com um forte contributo para a descarbonização e sustentabilidade da região".
O projeto foi concebido em três meses, de acordo com o perfil de consumo das empresas. O investimento, a cargo da Martifer Renewables, vai permitir "o acesso a eletricidade a um preço mais baixo, através do pagamento de uma renda mensal", sendo que as empresas envolvidas "beneficiam de uma forte redução nas taxas de acesso à rede que representam atualmente 50% do valor da fatura energética".
O projeto prevê que "74,4% da energia produzida pela CER, 25,6% é excedente e será vendida à rede nacional".
Estima-se que "uma redução em 5.539 toneladas por ano de emissões de CO2".
Segundo os cálculos da Martifer Renewables, atualmente, "o custo médio da eletricidade das empresas participantes é de 120 euros por Megawatt-hora (MWh)".
Com a criação da CER do parque empresarial do Neiva, que implica um contrato de 20 anos, as empresas passam a poder consumir 47,6% de eletricidade a um preço médio de 61,4 euros MWh".
Com a assinatura do memorando, o projeto vai agora passar pela validação técnica e pela definição do terreno onde será instalado o parque eólico.
Terá ainda de ser submetido à apreciação da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) para validação do ponto de ligação à rede nacional para avançar para o processo de licenciamento.
No âmbito do programa municipal de descarbonização e com o objetivo de alcançar as metas ambientais que o país se propôs atingir até 2030, o município de Viana do Castelo está a apoiar o projeto de construção da (CER) na zona industrial de Neiva.
Também no parque empresarial de Lanheses será constituída uma segunda CER com o mesmo objetivo e envolvendo as empresas Borgwarner, Steep Plastique, Recial, Equinovento e Eurostyle Systems Portugal.
Esta segunda CER "foi alvo de uma manifestação de interesse e apresentação de candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Uma CER "corresponde a uma entidade jurídica suportada por um conceito de proveitos da energia renovável local para satisfazer necessidades locais e baseia-se numa participação aberta e voluntária, autónoma e controlada por acionistas ou membros que estão localizados na proximidade dos projetos de energia renovável - os quais são propriedade dessa entidade jurídica e por esta desenvolvidos".
Os "seus acionistas ou membros são pessoas singulares, Pequenas e Médias Empresas (PME) ou autoridades locais, incluindo municípios e o seu objetivo principal é propiciar aos seus acionistas ou membros ou às localidades onde opera benefícios ambientais, económicos e sociais em vez de lucros financeiros".
Viana do Castelo "tem acolhido, nos últimos anos, entidades e empresas interessadas no desenvolvimento de projetos inovadores no domínio das energias renováveis oceânicas e também na robótica marinha, promovendo um 'cluster' das energias renováveis oceânicas que pretende criar mais valor à região".
São exemplos as redes de energia do biogás, o aproveitamento da energia eólica na serra de Santa Luzia, o projeto 'offshore' WindFloat Atlantic e da CorePower de energia das ondas.
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