"Iniciámos um processo de aproveitamento de um produto regional, os peros regionais, a sua transformação, retomando uma tradição que havia na Madeira, que é a produção de sidra", afirmou Miguel Albuquerque no âmbito da visita que efetuou à sidraria do Santo da Serra, no concelho de Machico.
O chefe do executivo madeirense de coligação PSD/CDS destacou que o objetivo é estas unidades de produção estarem "devida e tecnicamente habilitadas para fazer um bom produto", com peros "produzidos há muitos anos na Madeira, nomeadamente da espécies domingos e calhau".
O governante realçou que o objetivo do projeto é melhorar o produto e produzir uma "sidra com características peculiares".
"Temos que produzir aquilo que é diferente. Não vamos fazer como se vende na Europa", uma bebida confecionada pelos grandes produtores, vincou.
Miguel Albuquerque salientou que os produtores "têm aderido ao primeiro ciclo de produção" nesta sidraria criada no Santo da Serra, que processou 60 toneladas de peros e maçãs, resultando em cerca de 35 mil litros de sidra.
Sobre aquela unidade produtiva, explicou que o projeto foi localizá-la na freguesia de Santo António da Serra, concelho de Machico, "que tinha sempre grande tradição nesta produção e conjugar com a capacidade dos pequenos produtores para poderem produzir, engarrafar e rotular as suas sidras".
O responsável destacou que as garrafas da sidra ali produzidas têm os rótulo iguais, com a designação Sidra da Madeira, mas consta o nome do respetivo produtor.
Esta é "uma sidra específica, feita com os produtos da Madeira, com certificação de qualidade, com todas as condições de higiene e a produção está a correr muito bem", enfatizou.
Albuquerque disse que também está concluída a unidade na freguesia dos Prazeres, no concelho da Calheta, na zona oeste da Madeira, e que, no próximo ano, está prevista a abertura de outra em São Roque do Faial, no município de Santana, na parte norte da ilha.
Estas "são as três áreas com maior produção" e estas unidades vão "facilitar a confluência dos produtores".
Ainda mencionou que a instalação destas unidades "não são investimentos muito avultados" e que a do Santo da Serra custou cerca de 200 mil euros, complementando que a maquinaria é moderna, mas o engarrafamento ainda é tradicional.
O posicionamento da sidra para consumo gastronómico, manter as características da bebida tradicional e melhorar "substancialmente a sua qualidade" são os objetivos do Governo Regional que envolveu no projeto o departamento de Química e Biologia da Universidade da Madeira, à semelhança do que acontece com o Vinho Madeira, concluiu.
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