O ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, disse esta quinta-feira que a economia portuguesa está num "bom momento" e que a revisão em alta das projeções económicas por parte da Comissão Europeia mostra que a recuperação está a ser "mais forte" do que se esperava.
"Estamos a ter uma recuperação mais forte do que aquilo que se estimava há uns meses. Isso ficou muito evidente com o comportamento da economia no terceiro trimestre, está a ser consistente com os dados que estamos a ter agora neste quarto trimestre e, portanto, tal como o Governo português, também a Comissão Europeia reviu agora as suas previsões em alta quer para este ano, quer para o próximo", disse Pedro Siza Vieira no 32.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, em Albufeira. "A economia portuguesa está num bom momento, estamos bem preparados", acrescentou.
Admitiu, contudo que estão a haver "alguns constrangimentos do lado da oferta", referindo-se, por exemplo às matérias-primas, mas por outro lado o "turismo está acima do esperado".
Questionado sobre as incertezas da Comissão Europeia face à crise política, Siza Vieira disse que "existe um risco, sabemos que se não tivermos um OE aprovado vamos ter mais dificuldade em assegurar que o ritmo da retoma se mantém desta forma".
A Comissão Europeia (CE) considerou hoje, nas suas previsões económicas de outono, que as incertezas relacionadas com o 'chumbo' parlamentar da proposta de Orçamento de Estado para 2022 (OE2022), e subsequentes incertezas, representam "um fator de risco adicional" para Portugal.
Questionado em Bruxelas sobre a situação de Portugal, à luz da rejeição da proposta de OE2022 e convocação de eleições legislativas antecipadas, Dombrovskis disse que teve oportunidade de abordar a questão com o ministro das Finanças, João Leão, à margem do Conselho Ecofin, e confirmou que Bruxelas vai aguardar por um novo projeto de orçamento a ser remetido pelo Governo que for formado após as eleições de 30 de janeiro, pelo que não emitirá uma opinião este mês.
"Ainda não estamos em águas seguras, ainda existem riscos"
Confrontado com o aumento do número de casos da Covid-19 em vários países da Europa, Siza Vieira disse que o Governo terá de monitorizar a situação ao longo dos próximos dias.
Em Portugal, "está a haver um aumento de casos, mas não está a ser acompanhado de um aumento de internamentos. Precisamos de monitorizar muito atentamente a situação (...) Ainda não estamos em águas seguras, ainda existem riscos", disse o ministro da Economia.
O boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, divulgado na quarta-feira, deu conta que Portugal registou mais de 1.600 novos casos da Covid-19.
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