De acordo com o mais recente relatório mensal de tráfego da Enapor, empresa pública responsável pela gestão dos nove portos do arquipélago, o registo de novembro continua a evidenciar a recuperação das fortes quebras desde abril de 2020, quando as viagens interilhas de passageiros foram condicionadas pelas medidas para conter a pandemia de covid-19.
Em novembro, o movimento no Porto Grande representou 36,5% do total, e no Porto Novo 31,3%, respetivamente nas ilhas vizinhas de São Vicente e Santo Antão. O Porto da Praia, capital do país, registou uma quota de 10,7% do total, com um movimento que caiu para 9.797 passageiros, indica o relatório da Enapor, a que a Lusa teve hoje acesso.
A CV Interilhas, liderada (51%) pela portuguesa Transinsular, do grupo ETE, detém a concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga, por 20 anos, atualmente a única empresa a operar neste setor no arquipélago, admitiu anteriormente que a pandemia representou uma quebra de 30% na atividade em 2020.
Ainda no mês passado, os portos de Cabo Verde movimentaram 571 escalas de navios, menos 1,6% face a outubro, mas quase 8% acima do registado no mesmo mês de 2020, tendo o número de passageiros transportados caído 2,7% face ao mês anterior.
Já o movimento de mercadorias caiu 12,4% face ao mês anterior, para 190.055 toneladas, 1,3% menos face ao registado em novembro de 2020.
Os portos de Cabo Verde movimentaram em 2020 um total de 757.011 passageiros, uma quebra de quase 30% face ao ano anterior, explicada com os efeitos da pandemia de covid-19, que obrigou à suspensão das ligações interilhas.
De acordo com o relatório de tráfego anual elaborado pela Enapor, no espaço de um ano foram transportados menos 314.249 passageiros (-29,3%).
As ligações marítimas de passageiros foram totalmente suspensas pelo Governo de Cabo Verde entre final de março e meados de maio de 2020, com o estado de emergência, para conter a transmissão da covid-19.
Desde 03 de setembro de 2020 que os navios que garantem essas ligações interilhas podiam usar até 75% da lotação nas viagens superiores a três horas e meia, contra os 50% estipulados desde a retoma do serviço em maio, devido à pandemia de covid-19, conforme previsto numa resolução do Conselho de Ministros.
Essas restrições foram totalmente levantadas em agosto, por decisão do Governo cabo-verdiano, face ao avançado processo de vacinação contra a covid-19, obrigando os passageiros à apresentação de teste negativo ou certificado de vacinação.
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