"Ficámos com a ideia de que as novas medidas e o estado de calamidade fizeram com que as pessoas se retraíssem novamente", afirmou hoje à agência Lusa a secretária-geral da Associação Comercial do Distrito de Évora (ACDE), Mariana Candeias.
Para os comerciantes de Évora, "as expectativa eram altas" em relação às vendas de Natal, mas esse sentimento verificou-se "há duas semanas atrás", antes de serem anunciadas as novas medidas e o regresso do estado de calamidade, realçou a responsável.
"O que costumam ser bons dias de vendas, como são os feriados de 01 e 08 de dezembro, este ano, foram péssimos e não corresponderam, de forma nenhuma, às expectativas" dos lojistas, sublinhou a secretária-geral da ACDE.
Por outro lado, indicou, no primeiro fim de semana deste mês, "alguns" abriram os seus estabelecimentos nos dois dias, ou seja, sábado e domingo, e, no segundo fim de semana, já só abriram no sábado, pois, "não estava a justificar, por não haver clientes".
"Mesmo quem esteve aberto no domingo" do segundo fim de semana de dezembro "teve poucos clientes" e as vendas estiveram "muito abaixo daquilo que estava à espera e que são os anos normais", realçou, aludindo a relatos dos comerciantes.
Desconhecendo números concretos sobre a quebra das vendas, Mariana Candeias assinalou que os comerciantes estão "bastante apreensivos", mas, ainda assim, mantêm "alguma esperança" em relação ao próximo fim de semana, que é o último antes do Natal.
"Algumas pessoas não sabem ainda se vão poder fazer festas de Natal", devido à indefinição da evolução da pandemia, apontou a responsável desta associação, considerando que esse cenário também faz as pessoas recuar na hora de fazer compras.
A secretária-geral da ACDE alertou para as dificuldades financeiras em que se encontram alguns empresários do comércio, que veem a época de Natal como 'tábua de salvação' para os seus negócios.
"Se não conseguirem o equilíbrio" com as vendas de Natal, "muitos terão que refazer contas", vincou, antevendo que o início do próximo ano será complicado para aqueles a quem o negócio "não correr como expectável" nesta época.
A ACDE tem cerca de mil associados, todos no distrito de Évora, que operam nos setores do comércio, turismo e serviços.
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