O Banco CTT, que foi durante muito tempo um banco sem comissões bancárias, vai começar a cobrar aos clientes comissões de manutenção de conta a partir do dia 31 de março. São 20,80 euros por ano, de acordo com a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), sendo que esta é uma informação que o Notícias ao Minuto está já a tentar confirmar.
"Os clientes do Banco CTT vão passar a pagar comissão de manutenção pela conta à ordem a partir de 31 de março. O encargo terá um custo de 5,20 euros por trimestre, num total de 20,80 euros anuais. Quem tiver um cartão de débito associado à conta ficará isento da comissão, mas verá a anuidade do cartão aumentar 23%, para 19,24 euros", diz a DECO, numa nota publicada no seu site.
Além disso, e ainda segundo a DECO, a conta de serviços mínimos, que até agora era gratuita, "passará a ter um custo de 4,24 euros por ano (valor próximo do máximo permitido por lei), e os levantamentos ao balcão custarão 7,80 euros por operação, mais 67% do que até aqui".
A Associação nota, contudo, que "o valor anual que o Banco CTT vai passar a cobrar pela manutenção de conta representa menos de um terço do que é cobrado pela média dos bancos nacionais".
A DECO lembra ainda que o Banco CTT não é o primeiro a anunciar aumentos das comissões este ano. "No início do ano, o Novo Banco anunciou aumentos nas anuidades dos cartões de débito e de crédito e o fim das isenções nas comissões de manutenção", pode ler-se na nota publicada pela Associação.
A atualização do preçário em 2022 deverá ser seguida por outros bancos, como acontece todos os anos. Os bancos, aliás, costumam alterar o preçário várias vezes por ano.
O polémico tema das comissões bancárias levou o parlamento a legislar em 2020, isentando e limitando algumas comissões bancárias, o que foi criticado pelos bancos. Os bancos também criticam a proibição, em Portugal, de cobrarem nos levantamentos em caixas automáticas.
Em dezembro, em entrevista à Lusa, o especialista de banca da consultora McKinsey Nuno Ferreira disse que os bancos portugueses têm de se focar no crescimento e em "achar novas fontes" de receitas, designadamente no negócio não bancário, e sobre as comissões bancárias considerou que os clientes estão dispostos a pagar mas por serviços adicionais, e que é aí que bancos têm de apostar.
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