Bruxelas pede aos países que atualizem planos de contingência para gás

A comissária europeia da Energia pediu hoje aos Estados-membros da União Europeia (UE) para atualizarem planos de contingência do gás, destacando a "importância da preparação para o risco", perante novas perturbações no fornecimento de gás russo à Europa.

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Lusa
19/01/2022 12:03 ‧ 19/01/2022 por Lusa

Economia

Bruxelas

 

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"Esta manhã, a comissária da Energia, Kadri Simson, participou numa reunião do Grupo de Coordenação de Gás da UE juntamente com peritos dos Estados-membros, a ENTSO-G [Rede Europeia de Operadores de Sistemas de Transmissão de Gás] e outras organizações do setor do gás para discutir a segurança do aprovisionamento e os níveis de armazenamento em toda a União", informa o executivo comunitário em nota à imprensa.

Segundo Bruxelas, na reunião realizada à porta fechada, Kadri Simson "informou os participantes sobre o trabalho em curso na Comissão para monitorizar o mercado do gás e avaliar possíveis cenários e os seus contactos com parceiros e fornecedores internacionais".

Na ocasião, a comissária da tutela "recordou a importância da preparação para o risco e da solidariedade entre os Estados-membros", tendo ainda pedido aos Estados-membros para "continuarem a acompanhar de perto a situação a nível nacional, regional e europeu e a atualizarem os planos de contingência", de acordo com a instituição.

"A situação da segurança do abastecimento na Ucrânia e na vizinhança da UE foi também discutida na reunião de hoje", adianta o executivo comunitário, sem especificar.

Em causa está a tensão geopolítica, numa altura em que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia se intensifica e causa novas perturbações no fornecimento de gás russo à Europa.

Na segunda-feira, a Rússia pediu à Alemanha e à União Europeia para não politizarem "ou atrasarem artificialmente" o arranque do gasoduto Nord Stream 2 que transportará gás russo para a Europa.

O gasoduto, ao qual a Ucrânia se opõe, está pronto para transportar gás russo diretamente para a Alemanha e se não entrar em funcionamento representará uma perda significativa para a Rússia.

Já na terça-feira, a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, afirmou em Moscovo não haver alternativas a uma relação "estável" com a Rússia, apesar de admitir a existência de várias tensões, sobretudo em torno da Ucrânia.

Em Berlim, vários dirigentes políticos do Partido Social Democrata (SPD), força política do chanceler Olaf Scholz, afirmaram que, no caso de a Rússia invadir a Ucrânia, será necessário repensar a autorização do gasoduto Nord Stream 2, um projeto russo-germânico que visa transportar gás russo diretamente para a Europa Ocidental sem passar pela Ucrânia.

Em novembro de 2021, a Agência Federal de Redes da Alemanha suspendeu temporariamente o processo de certificação do Nord Stream 2 até que a operadora assuma forma legal sob a lei alemã.

Antes, em setembro passado, um grupo de cerca de 40 eurodeputados pediu à Comissão Europeia que investigasse a gigante energética russa Gazprom, acusando-a de cortar o fornecimento de gás através da Ucrânia para pressionar a Alemanha a aprovar mais rapidamente o gasoduto Nord Stream 2 através do Mar Báltico e levando a preços europeus mais elevados.

A Ucrânia denunciou nos últimos meses a concentração de um grande número de tropas russas perto da fronteira ucraniana, considerando tratar-se do início de uma invasão.

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