Em declarações à Agência Lusa, o empresário Célio Tevês explicou que o objetivo é que as pequenas e médias empresas (PME's), as micro empresas e os empresários em nome individual "reúnam as condições que permitam que estas se desenvolvam e contribuam para que a região cresça".
O economista salvaguarda que estas pequenas empresas "representam a maioria do tecido empresarial dos Açores e criam mais de 98% do emprego".
O porta-voz da comissão instaladora diz ser "necessário, pela conjuntura que se está a viver, de crise pandémica e económica, criar condições para que as PME'S possam ser mais resilientes e dinâmicas".
Pretende-se exercer influência, por exemplo, junto do Banco de Fomento, um "instrumento fundamental na atribuição das verbas comunitárias".
A Associação Empresarial dos Açores quer representar também as PME'S junto do Governo Regional para trabalhar na "definição das regras do Quadro Comunitário de Apoio, um instrumento fundamental para os próximos sete anos, para o desenvolvimento empresarial e a economia da região".
O porta-voz da associação vai ainda desenvolver esforços junto dos municípios como "entidades responsáveis na necessidade de agilizar processos".
"Já há longos que os empresários das PME'S não se veem representados e não têm voz ativa, e as instituições que o deviam fazer não o fazem: não nos sentimos representados pela Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada", disse Célio Teves.
Para o empresário, a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada "pode ter tido um papel muito importante no passado, mas este é muito longínquo".
O responsável considera que, neste momento, é "uma instituição arcaica, obsoleta e que não dá resposta nem põe em cima das mesa as questões primordiais das PME's".
Célio Teves recorda que no âmbito das verbas das Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada "afirmou que tinha defendido junto do Governo que a totalidade das verbas deviam vir na totalidade para o tecido empresarial".
No entanto, "quando tiveram oportunidade de liderar o processo, garantiram que mais de 50% do valor iria para organismos e empresas públicas e não para o tecido empresarial", lamentou.
"Sentimos que estão a defender mais os seus interesses individuais -- e a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada é pontuada pelas grandes empresas. Não estão a colocar em primeiro lugar o sentido de missão em resolver os graves problemas da economia açoriana", defende o empresário.
São 31 as empresas que integram a comissão instaladora da Associação Empresarial dos Açores.
A associação tem a uma assembleia-geral marcada para terça-feira às 18:00.
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