De acordo com a estatal Agência de Petróleo Sul Africana (PASA, na sigla em inglês), o projeto de pesquisa envolve "vários clientes" numa vasta área de cerca de 297.087 metros quadrados, que se estende desde a fronteira da vizinha Namíbia ao Cabo Agulhas, sudoeste da África do Sul.
A zona abrange várias licenças de exploração de petróleo concedidas pela PASA na Costa Oeste do país, que são detidas por pelo menos 10 empresas, incluindo a estatal sul-africana, PetroSA, a francesa Total e a anglo-holandesa Shell, segundo as autoridades sul-africanas.
"A aquisição dos dados sísmicos começou", declarou a PASA ao portal sul-africano Fin24.
De acordo com o portal, um grupo de pescadores e residentes da Costa Oeste, juntamente com várias organizações não-governamentais, submeteram na semana passada uma ação judicial urgente para impedir a pesquisa sísmica, no âmbito da contestação legal da licença de reconhecimento da australiana Searcher, que terá sido concedida pela PASA em maio de 2021.
A Agência de Petróleo Sul Africana é um dos réus na ação judicial comunitária.
A ONG Green Connection, que é um dos 14 requerentes na ação judicial, salientou que as comunidades costeiras sul-africanas realizaram uma manifestação de protesto nacional em 23 de janeiro contra a exploração de petróleo e gás na Costa Oeste do país.
As pesquisas sísmicas envolvem o uso de navios equipados com canhões de ar que enviam poderosas ondas de choque a cada dez segundos para o oceano. Os requerentes levantaram preocupações sobre o impacto na vida marinha e das aves.
Em dezembro, um tribunal sul-africano proibiu a multinacional Shell de fazer prospeção de gás e petróleo, por meio de ondas sísmicas, no oceano Índico, ao longo da "Costa Selvagem", sudeste da África do Sul.
A justiça considerou que a multinacional anglo-holandesa não cumpriu a obrigação de consultar a população local, que detém direitos de pesca na zona de pesquisa e mantém "um forte vínculo espiritual e cultural com o oceano".
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