AIE prevê manutenção de preços do petróleo elevados por agora

Os preços do petróleo vão permanecer por agora elevados devido ao aumento da procura, que será superior a 100 milhões de barris por dia, e à lenta recuperação da produção e refinação, afirmou hoje a Agência Internacional de Energia (AIE).

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Lusa
11/02/2022 11:49 ‧ 11/02/2022 por Lusa

Economia

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A eliminação progressiva das restrições sanitárias devido à pandemia e a consequente reativação da atividade económica a nível global irá puxar a procura, mas também manterá os preços elevados, que em janeiro excederam os 90 dólares por barril, precisa a AIE no relatório mensal sobre o mercado petrolífero hoje divulgado.

A cotação do petróleo acima dos 90 dólares, que aumentou 50% num ano, é a mais alta desde 2014.

O relatório prevê que a procura global irá aumentar em 3,2 milhões de barris por dia este ano para 100,6 milhões de barris por dia.

A produção global de petróleo foi de 98,7 milhões de barris por dia no mês de janeiro, sublinha a AIE.

A agência estima que a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados (OPEP+) deixaram de enviar mais de 300 milhões de barris para o mercado desde o início de 2021 porque os seus membros não cumpriram as suas próprias previsões de produção devido ao ritmo lento da inversão dos cortes implementados em 2020 devido à pandemia.

A agência também acredita que os parceiros da OPEP+ poderiam produzir cerca de mais dois milhões de barris por dia, mesmo que mantenham alguma capacidade de produção não utilizada.

Entretanto, países que não fazem parte do grupo, tais como os EUA, Canadá e Brasil, poderiam acrescentar mais 4,3 milhões de barris por dia.

O relatório salienta também que a produção no setor da refinação continuará a ficar atrás da procura durante a maior parte de 2022, tal como nos últimos seis trimestres, o que influencia as tensões do mercado.

Finalmente, os operadores estão a tentar reconstituir os seus inventários e reservas, que caíram em 2021 para um nível abaixo da média dos últimos cinco anos, adicionando mais pressão sobre os preços.

As estimativas da AIE sugerem que se os aumentos de produção previstos forem cumpridos, o mercado poderá entrar numa fase com mais extração do que a procura no segundo trimestre, mas sugerem que uma parte do petróleo extra irá para a reconstituição de inventários.

Consequentemente, até que haja alguma facilidade no sistema, sob a forma de inventários mais elevados ou mais capacidade de produção, o mercado permanecerá volátil, adverte a AIE.

A evolução da situação internacional também influenciará os preços a curto prazo e, por exemplo, uma redução da tensão em torno da Ucrânia tiraria a pressão dos preços, ou vice-versa.

Da mesma forma, uma hipotética flexibilização das sanções internacionais contra o Irão poderia significar que este país colocaria mais petróleo nos mercados.

 

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