Neste plenário nacional de sindicatos da Frente Comum em frente à residência oficial do primeiro-ministro, que já estava marcado antes da queda do Governo, os trabalhadores exigiram melhores salários, além de outras condições laborais (como fim do sistema de avaliação SIADAP), mas também investimento nas funções sociais do Estado, desde logo o Serviço Nacional de Saúde e educação pública.
À Lusa, dirigentes sindicais anunciaram que aproveitarão a campanha eleitoral para as legislativas de 18 de maio para exigir compromissos aos partidos políticos para as suas reivindicações.
"O que vimos aqui dizer, e agora ainda mais com a queda do Governo, na campanha, é que tem de haver valorização das funções sociais do Estado, dos trabalhadores da administração pública e valorização da carreira docente", disse o secretário-geral adjunto da Fenprof (Federação Nacional dos Professores), José Feliciano Costa, à Lusa.
O dirigente sindical dos professores acusou o Governo PSD/CDP-PP de ter tentado dividir professores e afirmou que no caso desta classe ainda falta fazer "o grosso da negociação", pelo que na campanha eleitoral os professores "vão insistir em comprometer os partidos" nas suas causas.
Para a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) Célia Matos, os problemas destes profissionais de saúde permanecem "e não se pode estar à espera de julho para reivindicar", afirmando que haverá já reivindicações junto dos partidos políticos no imediato.
"Neste período de eleições faz sentido continuar a lutar, é necessário que os trabalhadores o façam. Vamos exigir que os partidos políticos digam o que pensam sobre a proposta reivindicativa comum", concordou, por seu lado, a dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) Cristina Torres à Lusa.
Na intervenção no plenário, o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, afirmou que o Governo se enche de orgulho para dizer que valorizou 17 carreiras da administração pública mas que o que não diz é que na administração pública há mais de 170 carreiras, pelo que, concluiu, a grande maioria não teve qualquer valorização.
"Agora, os governantes vivem em crise, coitadinhos. Os trabalhadores que representámos é que vivem em crise há décadas", disse Sebastião Santana.
Entre os discursos no plenário eram ouvidas palavras de ordem como "Não podemos aceitar empobrecer a trabalhar".
No final, após aprovada a moção pelo plenário, gritou-se a "luta continua nos serviços, nas empresas, na rua e na urna de voto".
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